Lisandro Ascencio, operador na Forestal Antares há 30 anos
"Sempre fui do campo, estudei até o 5º ano e aos 18 comecei a procurar trabalho. Desde criança trabalhei roçando terrenos e sempre via as atividades florestais, como trabalhavam e isso me chamava a atenção. Me candidatei a uma brigada da Conaf, fui aceito, mas na mesma época chegou uma empresa florestal aqui em Rafael e fui pedir trabalho, vi que ia ganhar mais dinheiro e assim comecei como estrobero. Foi difícil porque me custou adquirir experiência, mas aqui estou, feliz pelo que conquistei."
Don Lisandro Ascencio Araneda, tem 53 anos, dos quais 30 tem sido operador de máquinas na Forestal Antares.
"Moro em Rafael, na zona rural, na região de Biobío, e foi na empresa florestal El Conquistador que passei de estrobero a operador de Skidder. Tive a oportunidade e me interessei em aprender. Tive que fazer alguns cursos para chegar ao 8º ano básico e tirar carteira para dirigir. Com o tempo, essa empresa florestal faliu e repassou as máquinas com os operadores incluídos, e assim cheguei em '91 à Forestal Antares. A questão do dinheiro também era importante. De trabalhar com as mãos a passar para as máquinas, já era diferente, minha situação foi melhorando e já estava acompanhado pela minha esposa Victoria."
Conta que nesses 30 anos na Antares ocorreram muitos processos, primeiro nos Skidder, depois, com a renovação das máquinas, foi passando por cada uma delas e atualmente opera um processador, um equipamento maior cuja responsabilidade tem uma remuneração mais alta.
"Antes era diferente, por exemplo, quando almoçávamos, fazíamos isso debaixo de uns pinheiros e com um nylon nos cobríamos no inverno. Agora as coisas melhoraram muito e a empresa tem que cumprir mais normas, e vamos reforçando o que nos pedem em termos de segurança e capacitação para fazer melhor o trabalho. Antes não tínhamos tanta implementação de segurança. Agora temos os 'seguritos' que ficam conosco dando palestras e tem sido tudo diferente e, graças a Deus, até hoje na Antares, nunca me acidentei. É uma grande conquista porque vemos que estamos fazendo as coisas como devem ser."
"Até aqui me sinto grato, como empresa passamos por altos e baixos e nos mantivemos. Meu chefe tem sido responsável comigo. Quando tive momentos críticos, recorri a ele e é uma das coisas que me manteve aqui."
"Estou feliz por ter me dedicado ao setor florestal. Até agora estou satisfeito, tenho algumas coisas que antes não pensava em ter, graças a Deus, e o mais bonito é que tenho minha família. Tenho uma filha que é enfermeira e está trabalhando, e isso é uma conquista que me deixa feliz. A mais velha se casou, já é independente, e minha filha mais nova está estudando pedagogia infantil na universidade, e ao mais novo estou dando apoio nos estudos."
"Aos que querem trabalhar, digo que melhorou muito na área florestal, em termos de acampamento, estadia, e há controle nos grupos por causa do Covid. Os turnos também são bons. Antes se trabalhava muito no morro e a gente via os filhos já grandes, quando criança não nos viam, chegávamos dois dias em casa e depois tínhamos que voltar a trabalhar. Agora trabalho 7x7, sete dias de descanso e sete de trabalho. Aí descansamos, ficamos com a família, faço alguns fretes e ajudo a patroa aqui. Ela tem sido meu esteio, fazia de pai e mãe e não me contava os problemas da casa, guardava as coisas para que eu descansasse. Ela é quem põe a mão dura, até hoje."
"Aqui, como empresa, a comunicação é muito importante, me serviu em todas as áreas, como no casamento e no trabalho. Se tem um problema, é preciso tentar conversar, é necessário ouvir, perguntar. Já aconteceu de eu errar por não perguntar. Achando que estava fazendo certo e não era assim. Na minha vida tem sido seguir em frente, incentivar outros, estar bem com a família e, se assim for, o resto vem junto. Se está bem com a família, está bem no trabalho e faz bem seu serviço."