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Produção do híbrido GloNi iniciou sua comercialização como uma opção eficiente de florestamento para o país

Produção do híbrido GloNi iniciou sua comercialização como uma opção eficiente de florestamento para o país

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Seis viveiristas chilenos receberam os conhecimentos, o material genético e a tecnologia para a produção do GloNi, uma árvore resultante da mistura de Eucaliptus globulus e Eucaliptus nitens, após 17 anos de pesquisa.

Por meio de uma aliança entre a Cooperativa de Melhoramento Genético da Faculdade de Ciências Florestais e Recursos Naturais da Universidade Austral e a empresa ARAUCO, foi alcançado este importante avanço, que permitirá gerar madeira para a produção de fibra com as melhores propriedades das espécies globulus e nitens. “A mistura de ambas as espécies busca um exemplar que contenha as melhores características de cada uma”, explica o acadêmico da Universidade Austral e diretor da Cooperativa, Dr. Fernando Droppelmann. “O Eucaliptus globulus é uma espécie com excelentes propriedades da madeira para a produção de fibra, mas pouco tolerante ao frio. Por outro lado, o Eucaliptus nitens possui crescimento excelente e é bastante tolerante ao frio, porém tem fibra de menor qualidade. Assim, o que se conseguiu foi que os GloNi desenvolvidos tenham o crescimento e a tolerância ao frio do E. nitens combinados com as extraordinárias características da madeira do E. globulus.”

O GloNi é um material genético desenvolvido pela ARAUCO durante 17 anos de pesquisa que, por meio de um programa de transferência, através da Cooperativa de Melhoramento Genético, foi entregue a seis viveiros florestais selecionados, que tinham capacidade para produzir e desenvolver esses híbridos extraordinários. Foram entregues 60.000 plantas de GloNi, 10.000 para cada viveiro associado, onde foram submetidas a manejo para formá-las como plantas matriz. Os viveiristas da Cooperativa de Melhoramento Genético beneficiados com essa transferência são Los Tilos, Agromen, Mahuida, Piedra del Águila, Tres Robles e Forestal Anchile.

Em uma primeira etapa desse desenvolvimento inovador, toda a produção de estacas dessas plantas matriz foi, em grande parte, para sua massificação. E depois, em uma segunda etapa iniciada em setembro de 2020, foi realizada a propagação para a produção de plantas em escala operacional, que já podem ser comercializadas para plantio. “O resultado final será melhorar a rentabilidade do negócio florestal de muitos proprietários pequenos e médios”, afirma Droppelmann e complementa: “Recebem o nome de GloNi todos os indivíduos que comprovaram boa capacidade de enraizamento, ou seja, podem ser propagados vegetativamente e possuem os melhores atributos de ambas as espécies, tudo isso comprovado em uma série de ensaios que validam seu comportamento em campo.”

Essa cooperativa da Faculdade de Ciências Florestais e Recursos Naturais da Universidade Austral foi iniciada em 1976, desenvolvendo diversos programas de melhoramento genético no Chile, tanto na Conaf, nas empresas quanto na universidade. No caso deste projeto, foi financiado principalmente com recursos privados.

Existe uma validação em campo desses híbridos?

Sim, valida-se que esses híbridos tenham a capacidade de crescimento e tolerância ao frio do eucalipto nitens e que tenham as propriedades da madeira, ou seja, a densidade e o rendimento para celulose do eucalipto globulus, que é a melhor espécie para produzir celulose no mundo. Assim, os híbridos finalmente escolhidos são aqueles que cresceram no ritmo do nitens, mas têm propriedades da madeira do globulus, e esses são os que recebem o batismo de GloNi. A partir deste ano de 2021, já começou a comercialização, e a cada ano esperamos uma massificação muito maior.

Durante o primeiro ano do projeto, em 2019, foi feita a multiplicação de 10.000 plantas para produzir uma base de plantas matriz muito maior, e na temporada de primavera-verão passada, foi gerado o processo de produção para fins comerciais. Este ano, estão sendo feitas as primeiras plantações mais massivas desse material, produzido por esses seis viveiros. Plantações que estão operando desde Osorno até a sétima região, em propriedades de pequenos e médios proprietários e de quem quiser comprar as plantas em cada viveiro.

Quais são as vantagens para um pequeno ou médio proprietário?

Se plantavam nitens e agora plantam GloNi, praticamente triplica a rentabilidade monetária, e o proprietário tem interesse em ter boas plantações e maximizar sua rentabilidade por hectare. Além disso, seu crescimento está em torno de 13 a 14 anos.

Infelizmente, este projeto teve atrasos. O primeiro problema ocorreu em outubro de 2019, o que significou que os investimentos programados pelos viveiros sofreram um grande atraso. A primeira temporada foi muito complicada. Depois, no ano passado, veio a pandemia, o que também gerou problemas com mão de obra e insumos, atrasando o nível de produção. Mas já haverá uma boa quantidade de hectares sendo plantados este ano.

Do ponto de vista ambiental, essa espécie tem um grau muito maior de adaptação, o que tem um impacto positivo, porque as árvores não morrerão. O interessante é gerar diferentes alternativas para os proprietários florestais que querem rentabilizar suas terras.

O híbrido como tal não tem absolutamente nenhum problema, muito pelo contrário. Há compromissos chilenos em nível internacional pela captura de carbono e a mudança climática, e o que temos que fazer é plantar mais florestas e capturar a maior quantidade de carbono possível. E se você tem espécies que crescem mais rápido, obviamente vai fixar muito mais carbono.

Por outro lado, temos uma necessidade urgente de substituir materiais derivados de plástico e aço. E como podemos fazer isso? Através dos produtos derivados da madeira. A única coisa que temos que fazer é plantar mais florestas, e temos que fazê-lo bem.

Quais são as projeções e desafios?

A demanda por fibra é enorme, então a quantidade de hectares que podem ser plantados é de muitos milhares, mas isso depende dos proprietários. A definição do que plantar não é uma decisão por decreto, mas sim relacionada às condições do local, ou seja, do solo e do clima, além da distância das respectivas plantas de consumo.

Desenvolvimento de híbridos nativos

Outros projetos desenvolvidos sob a égide da Universidade Austral estão relacionados aos híbridos de carvalho e raulí, que são uma combinação natural de ambas as espécies e que buscam potencializar os melhores atributos de cada espécie nativa.

Para Fernando Droppelmann, um dos principais resultados obtidos nesses projetos é que, pela primeira vez, existem plantas de cruzamentos controlados feitos pelo ser humano, com certeza de que são 50% carvalho e 50% raulí. “É histórico”, destaca, acrescentando que, em média, 70% das miniestacas de híbridos que são instaladas chegam a formar plantas. Um número que esperam supere 80% na próxima temporada.

O avanço na modernização da infraestrutura para realizar esses projetos é outro resultado relevante obtido, pois foi gerado um alto grau de automação e possibilidades de manejo ambiental. “Hoje podemos saber, através de um aplicativo em nossos celulares, quais são as condições das estufas a cada instante, e isso é bastante útil”, disse Droppelmann.

“Estamos completamente convencidos e entusiasmados com esses projetos, pois gerarão uma alternativa real de florestamento com espécies nativas, com material genético superior e custos de plantas totalmente razoáveis”, comentou.

 

Essas iniciativas estão inseridas na Cooperativa de Melhoramento Genético, integrada pela UACh, CONAF, viveiros e empresas florestais nacionais, que busca gerar o melhor material genético para todo o setor florestal e, assim, ampliar as opções de produção comercialmente escaláveis de acordo com diversas condições.

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