Analisaram os avanços e desafios da inclusão laboral feminina no setor florestal
Mais de 70% das tarefas administrativas realizadas em diversas empresas florestais a nível nacional são executadas por mulheres, segundo informações fornecidas pela Associação de Contratistas Florestais.
16% dos prestadores de serviços florestais são mulheres, o que foi considerado uma oportunidade para essas operárias aumentarem sua participação e obterem rendimentos mais competitivos.
Representantes de sindicatos da área florestal analisaram as lacunas a serem sanadas em matéria de inclusão laboral feminina, com menos de 15% de mulheres que participam no ramo, reconhecendo que existe um grande potencial para desenvolver o setor.
A gerente geral da Corporação Chilena da Madeira - Corma, Victoria Saud, disse ao jornal La Tribuna que “no setor florestal-madeireiro estamos conscientes dos desafios, mas também das grandes oportunidades que a equidade de gênero e a diversidade apresentam. Sabemos que construir organizações capazes de se adaptar e antecipar formas modernas de emprego em prol da pluralidade permitirá, por sua vez, gerenciar a diversidade como uma vantagem competitiva, trazendo novas visões e oportunidades dentro das empresas. Nesse sentido, dado que não apenas as sociedades estão em constante transformação, mas também a composição social das organizações, adaptar-se para alcançar maior diversidade e seus potenciais benefícios é central para aproveitar os novos talentos”.
A isso, a porta-voz da Corma acrescentou que “com esse desafio e, entendendo a realidade das empresas, em 2020 criamos a Iniciativa Mais Mulher Florestal, que incorpora medições e ações para avançar na equidade de gênero em nosso setor”.
A PANDEMIA E O IMPACTO NO RAMO
“A primeira ação realizada por este programa foi gerar a linha base de participação feminina no setor, que resultou em 13,5% a nível nacional. Essa medição nos permitiu dimensionar o desafio e gerar um plano de ação para abordar as diferentes lacunas detectadas”, expressou em relação ao Primeiro Relatório de Participação Feminina no Setor Florestal, apresentado no início de 2021”. A respeito, mencionou que foram definidas linhas de trabalho: “temos um roteiro claro, mas flexível e adaptável para os próximos quatro anos, com ações concretas que permitam fornecer ferramentas de gestão às organizações do nosso setor, para assim alcançarmos 20% de participação feminina em 2026”, indicou Saud.
Paralelamente, destacou que “A equidade de gênero, entendida como a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, é uma preocupação crescente tanto a nível mundial como nacional, zelando pela integração da mulher nos espaços públicos e privados, no mundo laboral, acadêmico e científico. A recente pandemia aumentou ainda mais as lacunas de gênero sobre as quais se havia avançado nas últimas décadas, afetando os salários, a inserção da mulher no trabalho, o peso dos papéis de cuidado e o nulo avanço na corresponsabilidade”.
Da Associação de Contratistas Florestais, disseram em um comunicado de imprensa emitido após a publicação dos resultados do Primeiro Estudo destinado a conhecer a Participação Laboral Feminina nas empresas que prestam diversos serviços florestais, que “ainda existe uma participação muito baixa, que não supera 5% nesse tipo de empresa”.
Em relação às tarefas realizadas dentro das operações florestais indicadas pelo mesmo estudo, refletiu que “enquanto a maioria do pessoal masculino desenvolve atividades na área de operações (81,4%), a maioria do pessoal feminino o faz na área de administração (71,1%), sendo a área de prevenção de riscos e meio ambiente a que é majoritariamente ocupada por mulheres”. O tipo de contrato foi outra das consultas que o estudo abordou, revelando poucas diferenças por gênero observadas na pesquisa: “independentemente de ser homem ou mulher, quase 90% dos que trabalham em uma empresa contratista florestal têm um contrato de caráter indefinido”, lê-se no relatório do primeiro estudo de participação feminina em obras florestais.
PROJEÇÕES E INCLUSÃO LABORAL FEMININA
O gerente da Associação de Contratistas Florestais, René Muñoz Klock, disse que “neste primeiro estudo do mercado laboral das mulheres em nosso setor, nos interessava quantificar a participação real das mulheres, já que precisamos avançar na inclusão de uma importante proporção da população. Estamos trabalhando junto ao Sernameg e há interesse, ultimamente, nas mulheres chefes de família em se inserir em espaços que foram deixados aos homens”. O primeiro estudo desse tipo realizado pelo sindicato foi aplicado em 50 empresas que prestam serviços florestais, o que evidenciou que apenas 15,7% dos que trabalham na área de operações florestais em campo são mulheres. Muñoz indicou que “existe uma importante oportunidade para que elas possam ser operadoras de maquinário florestal e receber rendimentos competitivos, o que ficou demonstrado no citado estudo, que conclui que o setor florestal oferece bons rendimentos e estabilidade laboral, dado que muitas das licitações são projetadas entre quatro a cinco anos. O desafio na comemoração do dia da mulher para o setor florestal é avançar em sua incorporação para tarefas de capacitação e formação de novas trabalhadoras na área de operações, manutenção e logística”.
Fontelatribuna.cl
Rita Borquez
Publicado el 10:48, 24 MarçoBuenos días, ¿es posible acceder al documento del estudio publicado? es para una tesis en desarrollo acerca de las brechas de género en el empleo, especialmente sector agrícola y forestal.
Muchas gracias y saludos cordiales
Rita Bórquez
Socióloga