Contratistas Florestais lamentam queda de acordo com o governo e apontam para grupo de caminhoneiros: “Perdeu-se pelo capricho de algumas pessoas que não têm liderança adequada”
O presidente nacional da Associação de Contratistas Florestais (Acoforag), José Hidalgo, lamentou nesta noite o anúncio do governo de retirar o acordo proposto aos trabalhadores e transportadores florestais, situação pela qual culpou os motoristas de caminhões por se recusarem a encerrar as mobilizações que mantêm em parte da Macrozona Sul, apesar da proposta “favorável” do Executivo.
Na quarta-feira, transportadores receberam um documento com uma série de compromissos do Executivo – que foi aceito por cinco agrupamentos – e, após receberem ontem à noite uma carta da ministra do Interior, Izkia Siches, última condição para encerrar as paralisações, estas continuaram nesta sexta-feira: a Rota 5 está bloqueada na altura de Duqueco – em Los Ángeles, Região do Bío Bío – com uma via liberada em cada sentido da Rota 5 para o trânsito de veículos menores, caminhões pequenos, ônibus e transporte de bens essenciais em geral.
Quem continua em greve são membros da Federação dos Trabalhadores do Transporte de Carga, que solicitam a retomada do Estado de Exceção Constitucional na Macrozona Sul para permitir a presença das Forças Armadas devido aos atos de violência.
Diante disso, o presidente da Acofarag afirmou ao La Tercera que os contratistas “nos sentamos à mesa de forma séria e responsável, e uma vez que alcançamos o acordo que oferecia uma alternativa ao estado de exceção constitucional, além de cinco pontos muito favoráveis aos trabalhadores, consideramos que era suficiente e encerramos a greve na quarta-feira”.
No entanto, acrescentou que na quinta-feira decidiram permanecer na mesa de negociações para facilitar o caminho para uma solução, pois o Executivo lhes informou que todas as partes precisavam estar a bordo para selar o acordo.
“Portanto, na quinta-feira, quando este acordo foi assinado, consideramos que estava tudo resolvido, e estávamos total e absolutamente de acordo, confiando que o governo cumpriria esse acordo 100%”, acrescentou Hidalgo.
No entanto, criticou que, posteriormente, “alguns líderes, principalmente de federações de motoristas de caminhões, apagaram com o cotovelo o que haviam assinado com a mão”.
“Sentimos que este acordo tenha caído, pois abordava principalmente a questão da segurança, dos seguros (estatais para os caminhoneiros) e algumas condições muito favoráveis aos trabalhadores, e acredito que isso se perdeu pelo capricho de algumas pessoas que certamente não têm liderança adequada para comandar uma organização”, acrescentou.
Nesse sentido, o líder dos contratistas destacou que os trabalhadores e transportadores florestais “temos que lembrar que socialmente devemos ser muito responsáveis, não podemos causar problemas à comunidade, e às vezes é preciso saber recuar a tempo”, finalizou.
Fonte:latercera.com