René Muñoz, gerente da ACOFORAG, sobre violência na Macrozona Sul: "Governos sucessivos fizeram vista grossa e não tiveram vontade de resolver"
Os atentados incendiários contra obras e máquinas na Macrozona Sul aumentaram 22% no período de janeiro a julho de 2022, em comparação com o ano anterior, segundo dados da Associação de Contratistas Florestais.
Mas isso não é tudo, porque, embora saibamos que a violência se espalhou por todas as regiões do Biobío e La Araucanía, chegando até Los Ríos e Los Lagos, na semana passada ocorreu um atentado que deixou 2 máquinas florestais e uma caminhonete destruídas em Paredones, Região de O’Higgins. Somam-se a isso as declarações de Héctor Llaitul, líder da CAM, sobre a "recuperação da madeira" para a "compra de armas e balas" e assim avançar na causa.
Em El Agro, conversamos com René Muñoz, gerente da Associação de Contratistas Florestais, ACOFORAG.
Para Muñoz, o que acontece na Macrozona Sul "é o sintoma de que os governos não deram ênfase a este grande problema. Isso vem desde 97, são 25 anos em que governos sucessivos fizeram vista grossa e não tiveram a vontade de resolvê-lo".
Ele acrescenta que "hoje o dano está feito em La Araucanía e no Biobío, está começando em Los Ríos e Los Lagos, e também vemos na Região de O’Higgins. E isso se transforma em um negócio, como disse Llaitul. Perguntamos ao governo atual: o que mais é preciso esperar? Vemos que as ações não estão sendo tomadas".
Sobre a inação do Estado, Muñoz ressalta que "temos a impressão de que não há interesse nem vontade política. Aqui, intervir de forma mais direta significa confrontos, e isso significa feridos e possivelmente mortos, então ninguém quer carregar isso nos ombros. E aí está o grande problema".
E acrescenta: "Os governos sucessivos evitaram isso, porque no final dizem que o dano é menor, mas está afetando um setor do desenvolvimento florestal e agropecuário do país de tremenda importância. Geramos 300 mil empregos diretos, portanto, 1 milhão e 200 mil pessoas dependem disso. Na Oitava Região, 70% das exportações vêm do setor florestal, a senhora que vende tortillas depende do setor florestal, o taxista que busca executivos no aeroporto depende do setor florestal. Então, vamos ser sérios: queremos que isso continue ou queremos destruir? É isso que reclamamos".
Sobre os grupos que atuam na região, Muñoz afirma que "hoje temos 6 ou 7 grupos atuando na área, um deles agiu em Paredones. Isso começou com a CAM, que era apenas um; hoje temos 6, e isso não tem limites. O que está acontecendo aqui é que esse negócio da violência é lucrativo e rentável para todos".
Fonte:radioagricultura.cl