Sindicato florestal afirma que há madeira não processada porque florestas estão "capturadas" em zona vermelha
Sindicatos afirmam que os atos de violência frearam o investimento florestal na Macrozona Sul. Segundo eles, há milhões de metros cúbicos de madeira não processada porque as florestas estão "capturadas" em zona vermelha. Além disso, propõem a criação de uma Subsecretaria Florestal, vinculada ao Ministério da Agricultura.
Mais de 46% dos municípios que compõem a Macrozona Sul, entre as regiões de Bio Bío e Los Lagos, foram afetados por atos de violência. Pelo menos foi o que divulgou a Associação de Contratistas Florestais, indicando que os ataques estão prejudicando a atividade econômica.
De acordo com o sindicato, de 2014 até hoje, três municípios da região de Los Ríos concentram os ataques contra o setor: Lanco com 13, Panguipulli com 5 e San José de la Mariquina com 3.
Também disseram que o mais preocupante é a falta de investimento para os próximos anos, apesar de mais de 2 milhões de hectares estarem prontos para receber plantações. Uma situação que pode reduzir o crescimento das regiões que compõem a Macrozona Sul, onde a atividade florestal é uma das mais importantes.
O presidente da Associação de Contratistas Florestais, René Muñoz, afirma que, anualmente, cerca de 4 milhões de metros cúbicos de madeira ficam sem processamento, porque as florestas estão localizadas em áreas onde a violência se instalou.
"Há 3 a 4 milhões de metros cúbicos que não podem ser processados, florestas que estão em regiões que não podem ser processadas, são mais ou menos 3 a 4 serrarias. Essas estão capturadas em áreas complicadas, em zona vermelha, não há nenhuma possibilidade de a atividade florestal se expandir nos termos que o país precisa", declarou Muñoz.
Ele acrescentou que "o setor florestal é principalmente regionalista, então, quando nos encontramos nesta condição de não haver investimento, as economias regionais serão afetadas".
O presidente da Pymemad na região, Patricio Escalona, disse que há uma queda na demanda por madeira e que, localmente, fatores como a instabilidade política, além dos atos que classificou como terroristas, estão afetando os investimentos.
Segundo o líder, é hora de o governo avaliar a criação de uma Subsecretaria Florestal.
"Há muito tempo pedimos a Subsecretaria Florestal, acho que é o momento adequado para direcionar os recursos. Hoje dependemos do Ministério da Agricultura. O Ministério da Agricultura está, sem dúvida, muito preocupado com o tema agrícola, não tiro a importância, mas os temas florestais não podem ser resolvidos por agrônomos", destacou Escalona.
Na Associação de Contratistas Florestais, concordam com a proposta e afirmam que o setor é muito maior que a atividade pesqueira, que conta com uma Subsecretaria.
Além disso, afirmaram que o único projeto de investimento que segue adiante na Macrozona Sul é o MAPA, da empresa Arauco, na região de Bio Bío.
Fonte: www.biobiochile.cl