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O roubo de madeira fortalece a economia mapuche? Afetados respondem a declarações de Llaitul

O roubo de madeira fortalece a economia mapuche? Afetados respondem a declarações de Llaitul

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Segundo a CORMA, o crime teve um crescimento exponencial nos últimos 4 anos.

Um vídeo mostra o líder da Coordenadora Arauco Malleco (CAM), Héctor Llaitul, afirmando que a participação da organização no roubo de madeira "favorece um tipo de economia local, muito mais solidária, muito mais justa e que beneficia a maioria dos pobres do campo e da cidade também, além das comunidades mapuches que utilizam os recursos para favorecer a soberania, a autogestão e, em definitivo, a autonomia revolucionária".

Llaitul – detido na quarta-feira pela PDI – fez com que suas declarações trouxessem de volta à agenda o tema do roubo de madeira, sobre o qual havia afirmado anteriormente que era usado para comprar "ferros" (armas) e "ter os tiros" (munições). Segundo declarações entregues ao Emol Social FACTS pela Corporação Chilena da Madeira (CORMA), "o roubo de madeira é um crime cometido por bandos criminosos que aterrorizam, angustiam os vizinhos e que lhes permite financiar outras operações ilícitas na macrorregião sul. Além disso, teve um crescimento exponencial nos últimos 4 anos, tanto em sua extensão territorial quanto nos valores roubados".

Como dados concretos sobre o crime, a associação afirmou o seguinte:

  • Em 2019, eram 70 municípios do sul afetados por esse crime e hoje, em 2022, já somam 106 municípios desde o sul da Região de O’Higgins até o norte da Região de Los Lagos.
  • Em 2021, o valor em relação a 2018 quase quadruplicou. Chegou a 92,5 milhões de dólares, o que equivale a aproximadamente 50 mil caminhões circulando com madeira roubada pelo país.

Por sua vez, o crescimento exponencial do roubo de madeira em 4 anos é representado da seguinte forma, sempre segundo a entidade:

• 2018 roubo de madeira: US$ 20,0 milhões

• 2019 roubo de madeira: US$ 45,2 milhões

• 2020 roubo de madeira: US$ 67,8 milhões

• 2021 roubo de madeira: US$ 92,4 milhões. (Isso correspondeu a mais de 50.000 caminhões – 140 diários – com madeira roubada circulando pelas estradas)

A visão dos afetados

Para René Muñoz, gerente da Acoforag (Associação de Contratistas Florestais), as declarações de Llaitul confirmam "o roubo, pois não pode ser que se utilizem os bens alheios e de maneira burda como eles, para falar que é em benefício das comunidades ou que deve ser socialmente aceitável".

• "O que ele está propondo é roubo", reiterou, "isso é crime, mesmo que não esteja tipificado por lei, é roubo de madeira. Isso está servindo para financiar atividades terroristas, portanto, tudo o que sofremos por mais de 20 anos se junta nessa atividade criminosa, onde continuam financiando suas atividades".

Por fim, declarou que "o Estado deve se responsabilizar por esse problema, para que, em conjunto com o Poder Legislativo, gerem os instrumentos legais para perseguir esse crime com penas aumentadas, como o que se exige atualmente no projeto de lei que está no Senado", insistiu.

Por outro lado, Michel Esquerre, presidente da Pymemad (Associação de Pequenas e Médias Empresas Madeireiras), afirma que "a economia mapuche é muito mais que a violência, dedicam-se à terra, pecuária, entre outros. Ela não se sustenta pelo roubo de madeiras, não pode dizer isso".

• "Essa 'economia' é uma confusão que nasce da violência. É quase uma guerra de pobreza; é a destruição da economia. O mundo violento não representa os povos originários, representa apenas os violentos que nem sequer são o grupo completo", comentou.

"Do ponto de vista das empresas e PMEs, o roubo de madeiras é concorrência desleal, porque nós pagamos impostos e seguimos o caminho correto, desde contratos formais até pagar obrigações. É injusto competir com uma indústria informal, que viola todo o processo em benefício próprio", finalizou Esquerre, indicando que esses crimes saíram totalmente do controle nos últimos meses.

As medidas necessárias

Rodrigo Arellano, vice-decano da Faculdade de Governo da Universidade do Desenvolvimento, diz que "na medida em que virmos um Governo fraco na aplicação da segurança, ou que o Poder Judiciário não entregue as medidas para exercer a justiça, assim como tivermos um Poder Legislativo tímido nas leis que podem ser realizadas, então esses grupos continuarão se nutrindo da falta de eficiência do Estado", afirmou.

"Esse problema está descontrolado, eles efetivam suas medidas porque ninguém os está fiscalizando, cresce dia a dia, porque enquanto o Estado não atacar esse problema pela raiz, então continuarão agindo esses grupos terroristas", questionou Arellano, concluindo que a única medida que o Governo pode tomar atualmente consiste em ousar enfrentar esses grupos, porque são pessoas que exercem violência desmedida, fato que não está sendo considerado com a seriedade que deveria, mas sim visto de uma perspectiva mais política do que urgente.

Fonte:guioteca.com

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