Macrozona Sul: Sindicato pede que Estado forneça seguro para contratantes florestais
Alegam que garantias similares também são necessárias para agricultores, comerciantes e vítimas da violência em zonas de perigo devido à violência extrema. Argumentam que em 2022 os ataques incendiários aumentaram 17%, com quatro trabalhadores florestais assassinados e outros 20 feridos.
Um aumento de 17% nos ataques incendiários a operações florestais durante 2021 foi divulgado em um balanço pela Associação de Contratantes Florestais -Acoforag-, que contabilizou um total de 104 atos violentos na Macrozona Sul, resultando em quatro trabalhadores assassinados.
Lembremos que este setor produtivo é afetado desde 2014 por ataques armados a operações florestais, com a queima de equipamentos de alta tecnologia, sendo a situação mais grave em 2022 o assassinato de quatro trabalhadores florestais e mais de 20 feridos nesses ataques.
O gerente da Acoforag, René Muñoz Klock, comentou sobre esses fatos, dizendo que "2022 foi o ano com mais eventos violentos, principalmente na região de La Araucanía e Los Ríos. Biobío teve uma redução de 3% e Los Lagos, 25% em relação ao ano anterior. No geral, os ataques aumentaram 17% em relação a 2021, e esperamos começar a reduzir a curva, pois não é possível manter essa tendência de alta todos os anos". Muñoz lembrou de César Millahual, Benjamín Cuevas, Alejandro Carrasco e Segundo Catril, trabalhadores florestais assassinados em seus locais de trabalho.
Ele acrescentou: "Eles e suas famílias são testemunhas mudas da violência irracional que nos oprime e de um Estado que abandonou os habitantes desta parte do país, que realizamos um trabalho legal e formal. Eles são os mártires desta declaração de guerra à indústria madeireira, que está fora de controle".
DETALHES DOS NÚMEROS
Entre os dados divulgados, abril e agosto se destacam como os meses com mais ataques desde que a Acoforag começou a registrar, o que é particularmente grave, considerando o Estado de Exceção Constitucional vigente no período.
René Muñoz enfatizou: "Os meses mais críticos foram abril, com 17 eventos violentos, e agosto, com 16, além de julho e novembro, com 12 ataques cada. Tivemos quatro meses muito violentos, tornando 2022 o ano com mais ataques desde que temos registros".
Ele acrescentou: "Quanto aos municípios e territórios afetados, mantém-se a mesma tendência do ano anterior: Curanilahue em Biobío, Lumaco em La Araucanía, La Unión em Los Ríos e San Juan de la Costa em Los Lagos".
PRISÃO DOS LLAITUL
Questionado sobre a detenção do clã Llaitul, líderes da Coordenadora Arauco Malleco (CAM), entre agosto e novembro, e um possível impacto nos ataques, Muñoz disse: "Houve uma queda em dezembro, não tanto em novembro, que manteve a média de 10 a 12 ataques mensais, mas em dezembro tivemos apenas três. Acreditamos que a detenção desses líderes violentos teve efeito".
EQUIPAMENTOS DESTRUÍDOS E APOIO ÀS VÍTIMAS
Sobre os efeitos desses ataques, o sindicato afirmou: "Em média, em 2022, tivemos quase nove equipamentos destruídos por mês, contra sete no ano anterior, o que afeta investimentos e empregos, não só dos contratantes, mas também dos trabalhadores florestais".
A insegurança no setor florestal levou à migração para outros setores, como construção e mineração, e não há contratantes dispostos a expandir suas atividades devido à incerteza. René Muñoz explicou: "Já são nove anos sendo afetados. Pedimos garantias ao Estado, pois não temos seguros acessíveis—os existentes cobrem menos de 40% do valor do equipamento queimado—e a insegurança nas estradas torna o ambiente insuportável".
Por fim, Muñoz disse: "Pedimos ao Estado um seguro real, não só para contratantes florestais, mas também para agricultores, comerciantes e vítimas em geral. A atividade florestal sem seguro é inviável, pois equipamentos variam de US$150.000 a US$1,5 milhão. A solução seria um seguro adequado ao mercado". Ele concluiu: "Esperamos que 2022 tenha sido o pico e que 2023 traga redução da violência, mais segurança e melhores condições para trabalhar na floresta".