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Em um novo Comitê de Gestão de Risco de Desastres (Cogrid) regional preventivo para incêndios florestais, o prefeito de Concepción e presidente da Associação de Municípios do Biobío, Álvaro Ortiz, afirmou que apenas 20 das 33 comunas da Região entregaram seus Planos de Emergência destinados ao combate de incêndios florestais.

Esse Plano permite, como destacou Ortiz, conhecer os recursos disponíveis em cada comuna para possíveis emergências, entendendo-se "recursos" como pessoal qualificado para contingências, maquinário, caminhões, etc., além de facilitar a ajuda mútua entre os próprios governos locais.

"Os municípios precisam cumprir. Quero fazer um apelo a todos aqueles municípios que ainda não entregaram seus Planos Comunitários de Emergência para que, por favor, acelerem o passo", disse Ortiz.

Além disso, vale destacar que o Cogrid realizado em 6 de dezembro ocorreu porque, para hoje e para sexta-feira, 10 de dezembro, estão previstas temperaturas próximas a 30°C em várias áreas do Biobío, principalmente na região de Los Ángeles e arredores.

Nesse sentido, já foram identificadas as comunas mais críticas e suscetíveis a incêndios florestais devido às altas temperaturas: Los Ángeles, Santa Bárbara, Cabrero, Laja e Yumbel.

Plano de Emergência Comunitário

Embora 13 municípios do Biobío ainda não tenham apresentado um Plano de Emergência atualizado, especialmente diante de uma nova temporada de verão, as autoridades decidiram não divulgar quais são essas comunas. No entanto, deixaram claro o quão necessário é ter essa estratégia.

Sobre o exposto, Ortiz complementou: "Já começou a temporada de incêndios florestais e, infelizmente, nem todos os municípios da Região do Biobío entregaram essa informação (Plano de Emergência)".

E esse plano, na opinião do prefeito de Concepción, é relevante não apenas para solicitar ajuda quando necessário, mas também porque permite colaboração e solidariedade entre comunas quando alguma precisar de recursos extras.

"Não se trata apenas de pedir ajuda quando necessário, não é apenas dizer 'este é meu Plano Comunitário de Emergência', mas também deve haver um conceito de solidariedade entre os municípios", afirmou Ortiz.

E acrescentou: "Desde a Associação (de Municípios do Biobío), desde o Senapred, foi solicitado, claramente, que entreguem informações sobre o material humano disponível, como caminhões, picapes, caminhões-pipa, todas as ferramentas disponíveis, para também poder ajudar e colaborar com aquelas comunas que, esperamos que não aconteça, mas todos sabemos que será uma temporada bastante complexa".

Por sua vez, o diretor do Senapred no Biobío, Alejandro Sandoval, ao ser questionado sobre a situação dos 13 municípios que ainda não entregaram seus Planos de Emergência, afirmou: "Em geral, quase todos os municípios têm seus instrumentos, alguns mais antigos que estão em processo de atualização, outros que estão se adaptando aos formatos. (...) Em geral, ninguém está começando do zero (em seus Planos). O que o prefeito mencionou foi, principalmente, a entrega de informações por parte de alguns municípios sobre os recursos disponíveis no contexto do princípio de apoio mútuo".

Preparação das comunas

De Cabrero, uma das comunas que registrará temperaturas preocupantes nas próximas horas e dias, Patricio Zúñiga, responsável pela Unidade Municipal de Gestão de Riscos e Desastres, afirmou que, até agora, a coordenação com instituições públicas e florestais tem sido ótima em termos de prevenção.

Nesse sentido, Zúñiga destacou que as coordenações estão sendo feitas "de forma efetiva. Acabei de falar com a CMPC Arauco, que já programou sua visita (à comuna) e tem todo um plano de quadrantes preparado. Principalmente, eles cuidam de seu patrimônio, mas também estão percorrendo todo o território".

Além disso, incluiu que a Conaf, os Carabineiros e o governo local de Cabrero estão trabalhando em conjunto para monitorar o território e prevenir incêndios florestais. "Estamos trabalhando muito bem, pelo menos as empresas privadas têm colaborado muito com a comuna" e, em geral, "a coordenação tem sido muito boa. Como município, também estamos começando agora com este cargo (que lidero), mas estamos fazendo o melhor possível em gestão".

Na mesma linha, o prefeito de Florida, Jorge Roa, explicou: "Nosso Comitê de Emergência já está constituído. Temos rondas distribuídas entre o município, Conaf, Carabineiros, Bombeiros e Arauco, que percorrerão os 609 quilômetros da comuna realizando patrulhas preventivas".

Roa adiantou, ainda, que em breve começará um trabalho conjunto para criar mais corta-fogos, que no ano passado ultrapassaram "200 quilômetros na comuna".

Da mesma forma, em Coronel, uma das comunas mais afetadas em fevereiro passado por um incêndio que avançou rapidamente desde Santa Juana, já foi coordenada uma equipe multidisciplinar que está abordando a prevenção de forma integral, segundo o prefeito Boris Chamorro.

"Teremos uma reunião de coordenação com as empresas florestais CMPC e Arauco, para melhorar a relação entre a comunidade e o setor florestal, além de coordenar a proteção de áreas próximas a residências para prevenir emergências como as ocorridas em fevereiro de 2023", disse Chamorro.

Haverá patrulhamento militar preventivo?

Sobre um pedido feito por vários prefeitos do Biobío, como a chefe municipal de Santa Juana, Ana Albornoz, relacionado ao deslocamento preventivo das Forças Armadas em áreas com maior probabilidade de incêndios para realizar patrulhas, essa medida está descartada por enquanto.

Nas palavras do delegado presidencial substituto, Humberto Toro, não porque não seja útil, mas porque há outras entidades do Estado que realizarão essas tarefas. "Estamos preparados e fizemos uma coordenação muito forte em relação às estratégias que permitem realizar patrulhas, e essas patrulhas são baseadas em uma aliança que temos com o setor privado – as empresas florestais –, com os municípios, organizações civis e com o Governo".

"Portanto, em nossa opinião, esses são os patrulhamentos que devem ser realizados. Quanto à participação de outros atores, isso será avaliado no momento, principalmente se ocorrer algum incêndio. Aí será avaliada a participação de outros atores", disse Toro.

Acima de tudo, explicou que "diante de qualquer onda de calor, também precisamos ficar em alerta. (...) Estamos colocando em prática as coordenações, iniciando todo o processo que trabalhamos durante o ano, para agir de forma mais rápida, coordenada e com mais recursos e ferramentas".

Conaf e patrulhas noturnas

Por sua parte, o diretor regional da Corporação Nacional Florestal (Conaf), Rodrigo Jara, afirmou após o Cogrid: "Como Conaf, temos uma atitude totalmente proativa e preventiva, com o objetivo de manter as coordenações que vêm sendo trabalhadas durante todo o ano".

Sobre patrulhas noturnas, algo altamente solicitado por comunas afetadas pelos incêndios de fevereiro, Jara explicou: "Dentre as 41 brigadas disponíveis nesta temporada, há 4 brigadas noturnas que realizarão patrulhas e/ou combates".