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Associação de Contratantes Florestais: «No Chile, queimar é de graça»

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"O Presidente da República tem ideologias em relação à indústria que a prejudicam", afirma o gerente da Associação de Contratantes Florestais, René Muñoz, em #FuturoPQN.

Hoje em Palavra Que É Notícia conversamos com o gerente da Associação de Contratantes Florestais, René Muñoz.

O avanço dos incêndios florestais no território nacional continua a trazer questionamentos e críticas sobre as respostas tardias do governo e das instituições no controle dos sinistros e na busca por responsáveis. Na opinião do líder dos contratantes florestais, “a ineficiência que se viu neste episódio é brutal, não apenas para o setor florestal, mas para o país inteiro”.

Em que zona do país você está? Por que acha que foi tardio?
“Estou no Biobío, o coração de onde ocorre o desastre. Acho que a ação do governo foi tardia, porque quatro ou cinco dias depois houve reação por parte do Estado. Os climas extremos e as altas temperaturas vinham sendo alertados com antecedência. Não se agiu com urgência. O que ocorreu mostra que não aprendemos nada com o que aconteceu em 2017. Hoje se repete, e nossa reclamação é que as coisas poderiam ter sido feitas melhor”, diz René Muñoz.

A reclamação é sobre o controle ou sobre não ter previsto a situação?
“O controle é o segundo passo. A intencionalidade tomou conta do conceito do que está ocorrendo. O próprio governo afirmou que houve um grau de intencionalidade. Quando não há a segurança necessária, continuam nos queimando. Este mês temos quatro atentados. Quando se soma ineficiência, pouca atitude e as células terroristas organizadas continuam agindo, é a tempestade perfeita para que isso continue ocorrendo”, indica o gerente da Associação de Contratantes Florestais.

Que outra ferramenta deveriam ter usado?
“Se houvesse um toque de recolher, que se dessem faculdades às Forças Armadas para fazer detenções e tomar ações mais concretas. Há um efeito nas pessoas ao saber que há militares atuando. Houve detenções da família Llaitul, que tem sido responsável por isso. Quando há focos alinhados e depois surgem outros atrás, entendemos que há intencionalidade. No Chile, queimar é de graça. Queimaram o metrô de Santiago e agora o sul do país. Devemos atacar isso, e é agora”, afirma René Muñoz.
É de graça queimar? O que quer dizer com isso?
“Pela lei de transparência, obtivemos informações sobre os incêndios e suas causas. De 2338 casos, há 50 pessoas indiciadas e apenas 4 condenadas. Esse 0,17% é suficiente? É inconcebível. A má atuação do Ministério Público é responsável. Não pode ser de graça queimar, e os resultados são péssimos. Faço um chamado ao novo procurador nacional para que assuma responsabilidade”, assegura o gerente da Associação de Contratantes Florestais.

O que acha que está ocorrendo no território?

“Está ocorrendo o mesmo que há nove anos. As queimas de máquinas se voltaram para o setor florestal. É fácil queimar, e como não há punições, fazem. Bosques e árvores não queimam sozinhos; pode ser por negligência ou intenção”, afirma René Muñoz.
Há uma diferença. Como se entende a diferença entre negligência e dolo?
“Há interesse em prejudicar a indústria. Há um discurso na opinião pública contra as empresas florestais. Não se pode esquecer o que a indústria florestal produziu no país. 300 mil pessoas dependem dela. Se o governo não considera que a indústria é importante, é assim”, ressalta o gerente da Associação de Contratantes Florestais.

Quem quer prejudicar a indústria? É necessário um royalty?
“Há conceitos ideológicos sobre o dano. O Presidente tem uma ideologia em relação à indústria. Há modelos que não coincidem com o sistema de governo”, observa René Muñoz.

Está falando do Presidente?
“Sim, ele tem visões diversas sobre as florestais. Tem ideias que foram se desenvolvendo e que nós conhecemos. Temos resposta para isso. O conceito final é que é preciso regular. Estamos abertos a isso. Conforme forem necessárias melhorias, deve-se regular. Por exemplo, a distância das plantações em relação aos povoados. É preciso atenção com a ocupação de espaços. Não é só problema da indústria, mas também das prefeituras e outras organizações”, propõe o gerente da Associação de Contratantes Florestais.
O Presidente tem certa ideologia sobre as indústrias?
“Sim, tem”, afirma René Muñoz.

Em que momento a ideologia do presidente age, se ele chama ao diálogo?
“Estamos dispostos a sentar e acredito que é válido. Não é estático, mas dinâmico. É importante avançarmos na regulamentação”, propõe o gerente da Associação de Contratantes Florestais.
Acha que essa ideologia do Presidente está em todo o governo ou apenas em um setor?
“Espero que não. As diretrizes do Presidente devem chegar a todos. Hoje não há um programa ou subsídio para a recuperação de hectares queimados. Isso é um grande problema, e esse tipo de conceito precisa ser considerado”, argumenta René Muñoz.

“A Conaf é uma corporação de direito privado. O Chile é um país florestal. 35% do território é florestal. Não temos políticas para melhorar a desertificação do solo”, complementa o gerente da Associação de Contratantes Florestais.
Sobre o reflorestamento, é verdade que não há sementes suficientes para plantar?
“Não são sementes, são plantas. Estamos falando de 120 mil hectares usados para replantar. Porém, são mais hectares, e precisamos preparar o solo. Hoje não há condições. A chuva constante e a camada vegetal não estão adequadas”, conclui René Muñoz.

Fonte:www.futuro.cl

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