Contratistas florestais pedem maiores incentivos para o florestamento no Chile

Fevereiro 27, 2023 0 Comentários Last News Sin tags

Desde a Associação de Contratistas Florestais, manifestaram o temor de que as propriedades não sejam reflorestadas, por não contarem com os recursos necessários.

“O reflorestamento das zonas afetadas pelos incêndios nas florestas de diversas regiões do país será complicado, pois muitos pequenos produtores não têm os recursos necessários para replantar e porque atualmente não há incentivos para o florestamento por parte do Estado”.

Assim afirmou o gerente da Associação de Contratistas Florestais, René Muñoz Klock, que em entrevista ao jornal La Tribuna declarou: “O que ocorreu é uma catástrofe ecológica, uma perda patrimonial de grandes proporções. 25 chilenos morreram. Portanto, é preciso sentar e conversar sobre o que vem a seguir”.

“O primeiro que se deve fazer é tentar recuperar aqueles terrenos queimados onde havia florestas e reflorestá-los novamente. Mas como reflorestamos 200 mil hectares?”, questionou o líder sindical.

O coordenador da Acoforag A.G. indicou que “a temporada está aí. Não é possível reflorestar 200 mil hectares este ano. Talvez parcialmente. Mas hoje não há subsídios nem incentivos”.

FALTA DE RECURSOS

“Hoje não há disponibilidade de plantas para a superfície a ser plantada. O principal problema é que a floresta estará lá e não será possível plantar, porque não haverá disponibilidade de terrenos”, antecipou o líder sindical. Muñoz Klock explicou que “preparar 200 mil hectares até junho, julho ou agosto é uma tarefa impossível. Normalmente, a superfície é preparada de um ano para o outro”. “Além disso, hoje há plantações mecanizadas, usam-se equipamentos para plantar e, portanto, mais do que a mão de obra, me preocuparia como trabalhar esses terrenos queimados, que ficarão expostos à chuva”, declarou o porta-voz do setor florestal que atua em nossa região e em outras do país.

O gerente do conjunto produtivo florestal contou que “a erosão de muitos solos e propriedades do setor pode aumentar por causa disso”. “Felizmente, a maquinaria dos contratistas florestais não foi muito afetada. O cadastro indica mais ou menos 200 mil hectares de pinheiros e eucaliptos que foram devastados. 100 mil desses são de empresas e as outras 100 mil são de pequenos proprietários”, detalhou o representante da ACOFORAG A.G. René Muñoz Klock disse que “além disso, temos o temor de que muitas dessas propriedades não sejam reflorestadas porque o proprietário não vai querer fazê-lo ou por não ter recursos para isso”.

APOIO DO ESTADO

“As empresas florestais não terão problemas com a recuperação de suas 100 mil hectares, mas os pequenos proprietários terão dificuldades, porque também não existem incentivos para o florestamento”, criticou o representante da Associação de Contratistas Florestais. O líder do sindicato observou que “desde 2012 não há apoio ao florestamento por parte do Governo ou do Estado. Há muito tempo conversamos com o Governo sobre o grave que é não ter incentivos para fomentar plantações de florestas exóticas ou nativas”. “85% do solo chileno é florestal e, por isso, precisamos ter uma indústria forte e um Serviço Nacional Florestal, que hoje não existe”, afirmou o gerente da Acoforag.

O gerente da associação em questão disse que “talvez isso seja uma oportunidade, apesar de que em 2017 tivemos um incêndio nos mesmos termos e não aprendemos nada”. Sobre as declarações do Presidente Gabriel Boric, que em uma de suas falas responsabilizou a atividade florestal pelos sinistros, Muñoz Klock considerou que “o Presidente pode dizer o que quiser, mas responsabilizar o setor florestal é irresponsável e uma má declaração. As florestas não queimam sozinhas. Todos nós denunciamos com provas que há intencionalidade”. “O problema não são as florestas ou as empresas. É como responsabilizar os comerciantes por se estabelecerem onde estão quando suas lojas são destruídas”, comparou o líder da Associação de Contratistas Florestais.

Fonte:www.latribuna.cl