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Comunidade de El Barco impulsiona turismo ligado à sua cultura ancestral

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No início dos anos 2000, muitas famílias foram realocadas para este setor do Alto Biobío. Com o passar dos anos, criaram um núcleo turístico que lhes permitiu gerar impacto econômico, social e ambiental.


A reinvenção e o empreendedorismo fazem parte da cultura, tanto individual como coletiva e em diferentes áreas. Foi isso que a Comunidade Pewenche de El Barco, localizada no Alto Biobío, província de Biobío, viu e aplicou.

Trata-se de um grupo que pertencia a Ralco Lepoy e foi realocado entre 1998 e 2000 devido à construção da usina hidrelétrica Ralco. Foram 54 famílias que se mudaram, algumas com terrenos produtivos e acesso à irrigação.

Embora muitos, com o tempo, tenham decidido buscar novos rumos, outras permaneceram e hoje são 78 famílias que, entre uma série de ações que precisavam realizar, estava o fomento ao turismo, algo que naqueles anos foi trabalhado com a Endesa, hoje Enel.

"Trabalhamos por cerca de 15 anos com um turismo em que as pessoas iam e voltavam, mas sem maior impacto na comunidade. Porém, a partir de 2015, começamos a dar um novo impulso a essa área. Mudamos as dinâmicas de trabalho, porque antigamente os recursos arrecadados na comunidade graças ao camping eram distribuídos diretamente para as pessoas", lembrou José Huechecal, presidente da comunidade indígena El Barco.

Nova forma de funcionamento
O líder afirmou que estavam numa linha muito tênue para evitar o assistencialismo. Então, a partir daí, criou-se uma nova forma de funcionamento, em que os recursos não chegariam diretamente às famílias, mas sim por meio de cofinanciamentos de projetos e alavancagem de capital.

Por isso, aplicaram um novo sistema de trabalho, contando também com o apoio dos jovens e das mulheres, junto com a implementação de novos serviços turísticos dentro da própria comunidade.

"O turismo para nós é um dos núcleos que garante gerar desenvolvimento comunitário. O que estamos impulsionando é uma experiência de crescimento e como, através dela, promovemos transformações sociais e econômicas das próprias famílias para evitar a emigração dos jovens. Para isso, criamos fontes de emprego", destacou.

Assim, oferecem um serviço turístico, mas com um propósito: gerar progresso para a comunidade. Contam com camping, área de piquenique, banheiros, mesas, água potável e sala de vendas, entre outras comodidades.

"Além disso, oferecemos uma experiência de desconexão, já que não temos luz elétrica, wi-fi nem telefones, porque valorizamos a conexão com a natureza. Na verdade, quando os visitantes fazem sua reserva, são informados sobre todas as normas da comunidade e as condições do camping. Com base nisso, os turistas decidem se vêm ou não, mas até agora temos tido grande aceitação e muitas visitas por ano. Em 2022, recebemos cerca de 6.000 pessoas, e neste verão acreditamos que alcançaremos o mesmo número", projetou.

Apoio técnico
Por sua vez, Andrés Puelma também tem um papel na Comunidade Pewenche de El Barco, dando apoio técnico por meio de uma consultoria, com a qual hoje estão melhorando o sistema de irrigação geral.

Nesse setor, além da existência de uma diretoria, opera um comitê técnico, onde são tomadas decisões e gerados planos que abrangem desde o aspecto econômico ligado ao turismo até o sistema produtivo, agrícola e a autossustentabilidade das famílias, mas também prestam serviço a outras comunidades.

"Assim, também são gerados empregos e postos de trabalho nessa área. Por exemplo, a comunidade e o comitê técnico estavam preocupados com a questão hídrica. Apresentamos uma proposta de manejo inteligente da água com aplicação de tecnologia para usar melhor esse recurso, principalmente porque, embora tivessem um sistema de irrigação instalado, ele tinha 20 anos de funcionamento. Então, os equipamentos estavam falhando, com perda de água", explicou.

Foi assim que o sistema foi modernizado, substituindo alguns equipamentos, o que permitiu aumentar o desenvolvimento dos campos e da atividade pecuária, além da produtividade de forragens para garantir a alimentação dos animais no inverno.

O que Puelma também notou, e nisso concorda com a visão de José Huechecal, é que os jovens estão assumindo mais tarefas, o que tem ajudado no crescimento da comunidade. "A ideia é abrir espaço para eles, como diz o presidente, e para isso qualquer investimento feito em El Barco deve ter o componente de impacto social, ambiental e econômico", avaliou.

Nesse sentido, comentou que têm vínculos com universidades, que também apoiam com especialistas para assessorar em temas locais, sem deixar de lado o aspecto cultural, onde os adultos têm um papel importante em manter as tradições.

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