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Depois do incêndio

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Embora as chamas que atingiram o sul do Chile durante este verão tenham diminuído, as consequências desses desastres serão muito mais duradouras: mortes, perdas de lares e um grande prejuízo econômico para o país. No entanto, parece que, uma vez apagado o fogo, tudo isso cai no esquecimento, como um pesadelo que se repete a cada verão. Então, a pergunta que surge é: o Chile está fazendo o suficiente para prevenir e combater os incêndios florestais?

Em primeiro lugar, existe um certo consenso sobre a causa dos incêndios: trata-se de origem humana. Por muito tempo, acreditamos que se tratava de negligências, pessoas que, por descuido ou desleixo, provocavam acidentes que resultavam em incêndios. Mas a verdade é que cada vez há mais evidências sobre uma intencionalidade por trás dos incêndios. Considerando isso, a persecução penal desses crimes não tem sido adequada. Embora o crime de incêndio tenha penas altas, existem muito poucos condenados, pois os juízes exigem um padrão de prova impossível de alcançar, considerando as circunstâncias em que esses crimes são cometidos e os locais onde começam (geralmente zonas rurais com pouco movimento de pessoas).

A resposta política também não tem sido suficiente. Embora a ajuda aos afetados e a reconstrução sejam aspectos essenciais da crise, também é essencial garantir a segurança da população. Uma discussão estéril sobre os números da intencionalidade desviou o foco do essencial: propostas para fortalecer o trabalho de policiais e promotores na persecução desse crime, além de um trabalho sério de inteligência que permita desvendar os reais interesses por trás dos sinistros. Isso último é particularmente importante, pois é inaceitável que autoridades políticas ecoem teorias conspiratórias sobre o suposto interesse das empresas florestais em causar incêndios. Isso ofende a inteligência das pessoas e coloca a responsabilidade em uma das principais vítimas dessa desgraça, que é a indústria florestal.

Em resumo, sabemos que é impossível reduzir a zero a possibilidade de incêndios florestais durante a temporada de verão. No entanto, isso não pode ser uma desculpa para que as autoridades permaneçam passivas diante do fenômeno. Desde já, deveria começar a ser elaborado um plano junto aos atores civis envolvidos, contendo medidas de prevenção, reparação e persecução do crime. Se continuarmos com a mesma postura dos anos anteriores e, uma vez superada a crise, os incêndios caírem no esquecimento, só nos restará esperar outro verão para que o inferno se desate novamente em nosso país.

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