Possibilitou-me solidarizar com os vizinhos e ao mesmo tempo criar redes
Diego Henríquez está responsável por 16 comitês e é provável que mais se somem devido aos incêndios deste ano.
Como gestor, Diego Henríquez está na Rede de Prevenção desde outubro de 2018. Seus primeiros passos foram em Tomé e Trehuaco, para depois assumir nas localidades de Florida, Quillón e Concepción, ficando responsável por 16 comitês.
Até agora, a experiência de trabalhar na rede tem sido muito enriquecedora, porque lhe permitiu conhecer a realidade de cada vizinho nos setores rurais e como abordam a prevenção. “Possibilitou-me solidarizar com os vizinhos e ao mesmo tempo criar redes. Além disso, as pessoas têm recebido essa iniciativa de maneira muito positiva, pois viram como ela evoluiu e resolveu coisas nos territórios”, destacou.
Nesse sentido, esclareceu que não trabalham sozinhos, pois, embora os vizinhos sejam os líderes da prevenção, o trabalho se relaciona com os Bombeiros, Carabineiros, Conaf e as empresas elétricas. Trata-se, afirmou, de algo concreto e as ações determinadas são cumpridas.
E, de fato, o gestor garantiu que durante os incêndios de fevereiro e março houve uma mudança e a população tem tomado maior consciência sobre o quão crucial é a prevenção. Até setores que não tinham comitê se aproximaram para explorar as opções de formar um, porque o trabalho não se concentra apenas no verão, que é a época mais crítica de incêndios, mas sim durante todo o ano.
“Na verdade, em Florida já estamos trabalhando em planos de mitigação para o futuro. Assim que chegamos a uma comunidade e apresentamos nosso programa, a tarefa começa. Não é algo temporário e o maior foco do trabalho está no inverno, para que, quando chegar o período de verão, já tenhamos ações definidas e implementadas, porque a prevenção deve ser proativa”, ressaltou.
Com a experiência de 2017, este ano conseguiram enfrentar melhor a emergência. Como exemplo, contou que o sinistro no setor de El Cortijo, em Florida, afetou várias localidades que não tinham comitês. Mas quando as chamas chegaram ao setor de Roa, onde havia organização, a comunidade estava preparada para enfrentar a situação. Isso porque, segundo Henríquez, haviam feito simulacros e palestras de preparação para antecipar esse tipo de cenário.
Outro exemplo foi em Tomé, lugar que sofreu sérias consequências, mas em áreas onde existem comitês, houve menos casas queimadas, melhores acessos e outros aspectos positivos. “Portanto, tenho visto um maior interesse em formar uma rede, especialmente nas zonas rurais”, afirmou.