Câmara dos Deputados aprova nova prorrogação do estado de exceção na Macrozona Sul: medida completará um ano de vigência
Em 17 de maio de 2022 foi a primeira vez que o presidente Gabriel Boric assinou o ato administrativo para decretar o primeiro Estado de Exceção Constitucional de Emergência na Macrozona Sul de sua administração, especificamente na região de La Araucanía e nas províncias de Arauco e Biobío, em resposta aos sucessivos atos de violência que afetavam a área.
Quase um ano depois, a Câmara dos Deputados aprovou a vigésima segunda (22ª) prorrogação da medida excepcional, que se estenderá, consequentemente, até 11 de maio deste ano, caso o Senado ratifique a decisão em uma sessão que ocorrerá após as 15h.
Dessa forma, a corporação aprovou a solicitação do Executivo com 118 votos a favor, 20 contra e 6 abstenções.
Representando La Moneda, estiveram presentes na sessão a ministra do Interior, Carolina Tohá, e a titular da Defesa, Maya Fernández.
Entre as intervenções dos parlamentares —especialmente da oposição—, destacaram-se os atos de violência ocorridos na comuna de Panguipulli, onde 18 máquinas foram destruídas dentro de uma empresa. Segundo relato da Carabineros, o fato ocorreu antes das 3h da madrugada, quando um grupo de indivíduos armados invadiu o local em uma caminhonete para incendiar os equipamentos.
Do lado do governo, o deputado Gonzalo Winter (CS) fez um apelo aos parlamentares da oposição: "se queremos ter uma conversa racional, tem que haver certa lógica. Faço um chamado à humildade. Quando a atual administração assumiu o governo, já encontrou um estado de exceção em La Araucanía que durava mais de um ano. Portanto, afirmar que o governo não tem convicção no combate à violência porque em um ano não resolveu definitivamente esse problema, vocês sabem que não é uma posição honesta".
A deputada Joanna Pérez (exDC) destacou os avanços no combate à criminalidade —como os projetos de segurança aprovados—, mas ressaltou que era preciso "seguir avançando e que é importante como o governo está fortalecendo a Carabineros, como podemos ser mais eficientes, como somos mais rápidos para comprar veículos".
Por fim, a ministra Tohá apresentou um balanço do estado de exceção que —segundo a titular do Interior— "revela uma redução de todas as atividades perigosas" perpetradas na Macrozona Sul. Conforme detalhou a chefe de Segurança Pública, os ataques incendiários diminuíram 21%, os imóveis incendiados 39%, as usurpações 65% e os homicídios 56%.
No entanto, informou que na última quinzena houve um recrudescimento dos ataques incendiários. "Assim como no verão, após a apreensão de uma colheita usurpada, houve uma reação de crimes violentos, nestes dias também houve. Será que foi uma reação à entrega de caminhonetes blindadas há alguns dias? É algo que terá que ser investigado, mas certamente não é casual. A coincidência desses atentados simultâneamente nos diz algo", afirmou Tohá.
Além disso, a ministra do Interior acrescentou que "não é verdade que esses atentados estejam ocorrendo impunemente. Quero lembrar, apenas para citar alguns dados, que temos 148 pessoas indiciadas por crimes de roubo de madeira e conseguimos no último ano 229 condenações, o indicador mais alto desde o início do conflito".
Fonte:www.latercera.com