Macrozona Sul “Convite único e intransferível”: as gestões de La Moneda para oficializar os integrantes da “Comissão pela Paz” na Macrozona Sul
- Segundo dados da Associação de Contratantes Florestais, enfrentaram a destruição de 1.642 equipamentos.
“Convido todos os atores da região a formarmos uma Comissão pela Paz e Entendimento, mas atenção, esta não é uma comissão para fazer um diagnóstico, já foram feitos suficientes.Como indiquei, os diagnósticos já estão prontos, é uma comissão para que tomemos as recomendações que os organismos nacionais e internacionais fizeram para buscar uma solução para o conflito da região e, finalmente, as coloquemos em prática”, disse o Presidente Gabriel Boric, em 11 de novembro de 2022, em sua primeira visita a La Araucanía, onde assumiu pessoalmente um compromisso que tem sido difícil para o governo concretizar.
Desde então, não havia novidades sobre a operacionalização deste anúncio, o que já começava a causar desconforto entre os sindicatos da Macrozona Sul, pois, apesar do estado de exceção em La Araucanía e Biobío, os atos mais violentos se intensificaram. Isso, somado ao impacto econômico causado nas atividades florestais e agrícolas: segundo dados daAssociação de Contratantes Florestais, enfrentaram a destruição de 1.642 equipamentos.
Sete meses após o anúncio do Presidente, esta comissão estáàs portasde se concretizar:nesta quarta-feira, 21 de junho, às 12h, no Palácio de La Moneda.O encontro foi convocado pelo próprio Mandatário, que, em sua terceira visita a La Araucanía, realizada na semana passada, afirmou: “temos que nos reunir novamente. Por isso, na próxima semana - vocês já sabem - faremos um anúncio importante sobre a Comissão pela Paz e Entendimento, para conversar claramente, com o tempo necessário, sobre a questão das terras”.
Quem integrará a instância? Aqui surgem diversos nomes, sendo o mais forte o deAlfredo Moreno, ex-ministro de Sebastián Piñera em seus dois governos.Moreno, quando foi ministro do Desenvolvimento Social, teve um papel crucial em 2018, pois foi encarregado de aproximar as posições entre o governo e as comunidades mais radicalizadas do conflito, algo que conseguiu até o assassinato de Camilo Catrillanca, em novembro daquele ano. O caso acabou com todos os avanços alcançados até então.
Por isso, o nome de Moreno é fundamental para o Executivo, pois ele entende a dinâmica da região e também tem sintonia com os sindicatos. No entanto, sua presença ainda não foi confirmada, nem por ele nem pelo governo, embora no resto da comissão seja quase certo, já que uma de suas últimas aparições públicas foi em uma viagem aNova Zelândia, junto ao governador de Biobío, para conhecer o manejo do conflito naquele país.
O restante da comissão seria integrado - até agora - pelo representante dos sindicatos dos agricultores de Malleco,Sebastián Naveillán; o senador Francisco Huenchumilla (DC); a senadora Carmen Gloria Aravena (Republicanos); Aldolfo Millabour e Angélica Tepper, ex-constituintes.
Tepper (Evópoli) disse que “em determinado momento, me perguntaram se eu estaria disponível para integrar esta mesa. Francisco Arellano (me perguntou), e eu disse que sim, que não tinha problema. Inclusive,tivemos uma reunião com vários outros atores da região (de La Araucanía). Vários se colocaram à disposição para trabalhar(...). Até agora, não fui notificada, mas fui convidada para a cerimônia”.
As notificações, segundo outros convidados, são de responsabilidade da Presidência, e alguns afirmam que será o próprio PresidenteBoric quem os contatará e, por isso, não quiseram confirmar sua presença,até que esse chamado ocorra.
O interesse do Mandatário em concretizar esta instância pode ser ilustrado pelo fato de que é a Presidência que organiza tudo relacionado à atividade. Por exemplo,em 15 de junho, começaram a enviar mensagens aos “escolhidos”,por meio de e-mails do Gabinete Presidencial.
Fonte:www.latercera.com