Coberturas de seguros caem em até 75% na Macrozona Sul devido à violência rural
A indústria de seguros relatou um endurecimento nas condições de venda de seguros na Macrozona Sul, afetando principalmente as regiões de La Araucanía e Biobío, segundo informações fornecidas pela GPS Seguros, onde até 75% da cobertura estaria sendo restringida nessa área.
Dessa forma, também destacam que a apólice anunciada pelo governo no início deste ano só cobre se houver perda total do valor comercial do bem sinistrado, excluindo a maioria dos casos. Nesse sentido, foi mencionado que as coberturas estão sendo limitadas, com aumento nos prêmios de vários produtos, especialmente aqueles relacionados a apólices que protegem veículos pesados, equipamentos móveis, florestais, incêndios, entre outros.
O presidente da GPS Corredores de Seguros, Luis Alberto Alcalde, informou que "as companhias que estão oferecendo coberturas estão analisando caso a caso, dependendo dos valores expostos e estabelecendo sublimites para riscos políticos e atos terroristas, com taxas agravadas em até mais de 50%".
REAÇÕES
O gerente da Associação de Contratistas Florestais, René Muñoz, afirmou que "hoje não há seguradoras dispostas a entrar no mercado de seguros na Macrozona Sul, não é que os preços subiram, elas simplesmente não estão presentes. E em relação aos valores, estes tiveram aumentos significativos nos últimos quatro ou cinco anos, chegando a um incremento de pelo menos 150% ou 200% nos prêmios. Isso é o que acontece com os equipamentos móveis do setor florestal."
Ele acrescentou: "Estamos em um problema do qual será difícil sair, porque para as seguradoras isso é um negócio, e se não for atraente devido ao nível de violência e destruição de equipamentos móveis e caminhões florestais, elas fogem e hoje não estão presentes nesta parte do país", disse o gerente da Acoforag.
Como exemplo, a GPS explica que apólices para veículos pesados que circulam pelo país normalmente têm um franquia fixa em UF para danos próprios, mas "temos casos em que esse valor equivale a UF 20; porém, se o mesmo veículo sofrer um sinistro em La Araucanía ou Biobío, esse valor sobe automaticamente para 40% da perda, com um mínimo de UF 100."
Além disso, René Muñoz afirmou que as seguradoras "não estão investindo no setor florestal porque tudo é incerto, e não ter seguro é inviável. No fundo, é sacrificar seu patrimônio, porque você já trabalha em um setor onde sabe que, cedo ou tarde, seus bens serão queimados e você perderá seu capital."
Ele destacou que são necessárias políticas de Estado para reverter a situação, "porque não se pode viver eternamente em condições de insegurança e com custos artificialmente elevados devido à situação política da região."
O IMPACTO DA CONTINGÊNCIA
O aumento das apólices na região levou à saída de seguradoras e dificulta a viabilidade do setor florestal, além de a única opção de seguro estatal ser limitada e cara, resultando em falta de investimentos. Assim, defendem que a solução exige políticas públicas e ações policiais para combater a insegurança e os crimes.
O gerente da Acoforag afirmou: "Acredito que a parte policial também precisa avançar, considerando todos os crimes na Macrozona Sul que nos afetam, como queima de equipamentos, tráfico de drogas, tráfico de armas, roubo de gado e toda essa criminalidade instalada na região, que acaba desestimulando não só o setor florestal, mas também agricultores, turismo e comércio. É um problema nacional que persiste há anos e poucos ou nenhum governo priorizou sua solução", concluiu.
Fonte:www.latribuna.cl