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A atividade florestal pode resistir a este nível de incêndios?

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A rotação é um conceito básico da silvicultura, porque o ciclo de maturidade de um bosque de eucalipto é de aproximadamente 15 anos e de pinheiro, de 22 a 25 anos. Ou seja, são necessários todos esses anos para que o produto esteja pronto para ser colhido. Escolhemos o número de 20 anos para uma rotação florestal que represente o espectro das 3 espécies que temos no Chile para a seguinte análise.

Nos últimos vinte anos, foram queimados 2.434.596 hectares, dos quais 833.997 hectares são de plantações e 1.111.006 hectares de floresta nativa, além de outros usos do solo. Isso corresponde a 39% das plantações existentes em dezembro de 2020, considerando os dois mega incêndios de 2017 e 2023.

Se ocorrerem mais dois mega incêndios nos próximos 10 anos, os números de plantações queimadas subirão para 1.240.280 hectares nos últimos 20 anos após sua ocorrência, ou seja, teriam sido queimados 58% das plantações existentes no final de 2020 em uma rotação de 20 anos.

Isso é atribuível aos mega incêndios que exacerbam os números. De fato, os incêndios anuais em plantações nos últimos 20 anos foram de 19.129 hectares/ano, contra 41.700 hectares/ano considerando os dois mega incêndios de 2017 e 2023. E se tivéssemos um 3º e 4º mega incêndio, o número subiria para 62.200 hectares/ano, e com esse valor, em alguns anos, chegaria a 58% das plantações existentes em 31 de dezembro de 2020.

Um proprietário, fundo de investimento, média ou grande empresa pode subsistir quando 39% de suas plantações são queimadas em uma rotação, ou 58% se ocorrerem dois novos mega incêndios? O senso comum e o não tão comum indicam que não.

Analisamos quais medidas devem ser tomadas para evitar um terceiro ou quarto mega incêndio, reduzir os incêndios intencionais e aprofundar o trabalho das empresas florestais.

A única medida eficiente das que foram tomadas no passado para frear o número diário de incêndios é o estado de exceção. No segundo dia dessa declaração, todos os incêndios estavam em combate e começaram a diminuir os incêndios sem combate, que são controlados rapidamente após enormes, mas produtivos esforços.

No mega incêndio de 2023, no 3º dia, 68% da área total afetada já havia sido queimada. Isso ocorreu em áreas onde a intencionalidade era superior a 50% e até em áreas onde as equipes de combate não podem chegar ao incêndio sem colaboração policial por questões de segurança, já que foram atacadas com armas de fogo, assim como helicópteros. No 3º dia do mega incêndio de 2017, que teve uma intencionalidade abaixo de 15%, a área afetada foi de 4%, como indicado no gráfico. No sétimo dia em que foi declarado o estado de exceção em 2023, já haviam sido queimados 88% das plantações.

Agora, é esperado que a autoridade possa agir mais rápido que em 7 dias, com um fim de semana no meio, quando era necessário fazê-lo antes de 3 dias? Acredito que não, é irreal pedir isso ao Estado. Então, o que fazemos? Parece que não há outra medida senão buscar antecipar o início de sua ocorrência. Isso é possível?

Acreditamos que o que deve ser feito é antecipar os fatos e agir preventivamente, e chegamos à convicção de que o Estado tem como fazê-lo.

Para isso, entramos em contato com o governo e propusemos analisar as medidas que deveriam ser tomadas para evitar um terceiro mega incêndio, reduzir a intencionalidade e melhorar a cooperação com as empresas florestais.

A resposta do governo à nossa análise inicial e às medidas que consideramos necessárias foi positiva. Além disso, a autoridade está ciente das medidas que considera necessárias. Nos reuniremos durante agosto para analisar as visões de cada um e, mais importante, consensuar as medidas que devemos implementar.