Ex-chefe da SIP, um funcionário ativo e dois RML: esta é a estrutura criminosa que caiu em Arauco
Um ex-chefe da Seção de Investigações Policiais (SIP) da Carabineros, um funcionário ativo e dois membros vinculados à Resistência Mapuche Lavkenche (RML). Essa é parte da rede criminosa que foi detida nesta quinta-feira pelo crime de associação ilícita na província de Arauco.
Trata-se de um grupo operativo liderado por Celso Fonseca Rivas —apelidado de "O Coelho"—, que em dezembro de 2022 foi preso como parte de um grupo dedicado a roubar carros na região. Foi justamente a partir dessa investigação —apontam fontes da BBCL Investiga— que se começou a esclarecer toda a estrutura da quadrilha.
Um dos detidos mais proeminentes é Luis Berna Toledo, ex-chefe da Seção de Investigações Policiais (SIP) da Carabineros em Curanilahue. Um cargo-chave para o aparato da polícia uniformizada: essa é precisamente uma das unidades especializadas da instituição verde-oliva dedicada a investigar redes criminosas como a descoberta nesta operação.
“CONVERSAS DIRETAS”
Segundo informações obtidas por este veículo, Berna —atualmente fora da Carabineros— registrou conversas telefônicas com "O Coelho" antes de sua queda. Em resumo, prestava serviços de inteligência para que a organização pudesse realizar os ataques em impunidade. Os consultados afirmam que as coordenações entre os dois foram feitas diretamente ou através de um familiar de Berna, também indiciado no caso: Jairo Aravena Peña.
O ex-policial foi investigado internamente pela Carabineros, quando tinha a patente de suboficial. Apesar disso, "não foi possível comprovar nenhum crime", afirmam fontes policiais.
O segundo detido vinculado aos uniformizados é o funcionário em serviço ativo, Darwin Aaron Carrillo Rodríguez. De acordo com antecedentes obtidos por este veículo, o policial também era investigado dentro da instituição desde 2022. Isso inclusive resultou em sua transferência para a Prefeitura de Cachapoal, região de O’Higgins, após ser declarado como PSOI (Pessoal Sujeito a Observação Institucional).
O cabo da Quarta Delegacia de Curanilahue era investigado internamente por ter repassado informações privilegiadas a quadrilhas dedicadas ao roubo de madeira e outros crimes que atuam na província de Arauco.
COBERTURA ARMADA
Embora ainda não se saiba o número de atentados que esse grupo cometeu, o que se sabe —segundo fontes consultadas por este veículo— é que eles eram realizados para encobrir suas atividades florestais ilegais na região. "Para levar a cabo seus negócios", apontam as mesmas fontes.
Para isso, "O Coelho" formou alianças com dois membros vinculados à Resistência Mapuche Lavkenche (RML): Hernán Miguel Coñuel Sotomayor e Víctor Ignacio Maldonado Millaur.
O primeiro é acusado de fornecer cobertura armada para as atividades florestais ilegais da quadrilha. Tarefas que realizava junto a Javier Fonseca Carrasco. Já Maldonado Millaur estava focado na redução de espécies provenientes tanto do roubo de madeira quanto de outros assaltos.
Os demais indiciados estavam dedicados a ser os braços operacionais da subtração de produtos florestais. Ou seja, no corte e transporte do material roubado.
Fonte:www.biobiochile.cl