Grupos criminosos reivindicam ataques na macrorregião sul em memória das mortes de Lemun, Catrillanca e Yempi.
O presidente do Senado pediu à ministra do Interior, que na semana passada esteve em Biobío, que também visitasse La Araucanía, diante da retomada da violência.
A comemoração das mortes dos comuneros mapuches Álex Lemun (12 de novembro de 2002), Camilo Catrillanca (14 de novembro de 2018) e Yodan Yempi (3 de novembro de 2021) foi explicitada como uma das razões do atentado contra uma operação florestal na comuna de Lautaro, em La Araucanía, na tarde de terça-feira, reivindicado pelo grupo criminoso Liberação Nacional Mapuche (LNM). Lá, duas máquinas, uma caminhonete e instalações foram destruídas.
A gangue emitiu um comunicado divulgado por portais na internet ligados ao ativismo mapuche radicalizado. Na declaração, a LNM assumiu o que chamou de "ação de sabotagem" (sic) contra a fazenda San Agustín e responsabilizou uma empresa florestal por causar danos à vegetação, ao solo e por provocar seca. No mesmo texto, exigiu a liberdade de presos mapuches que cumprem pena, como Luis Tranamil, condenado pelo homicídio do carabineiro Eugenio Nain, ou que estão em prisão preventiva por investigações contra eles.
Outro atentado, ocorrido na terça-feira na comuna de Lebu, em Biobío, foi reivindicado pela organização criminosa Weichan Auka Mapu (WAM), por meio de um banner deixado no local. Este episódio de violência causou a perda de duas cabanas e duas guaritas de controle do parque eólico, onde estavam armazenados cinco aerogeradores. No banner, também foi citada como motivação do ato violento os aniversários das mortes de Lemun, Catrillanca e Llempi, além de reivindicações pela libertação de presos e pela construção de um módulo mapuche na prisão de Biobío.
Na última sexta-feira, a queima de seis caminhões, duas caminhonetes e um trator florestal em Nueva Imperial foi reivindicada pela Coordenadora Arauco Malleco (CAM), que em um cartaz nas redes sociais mencionou como razões a exigência de benefícios prisionais para presos mapuches e "em memória dos caídos".
Pedido à ministra do Interior
Um chamado à ministra do Interior, Carolina Tohá, para visitar La Araucanía foi feito pelo parlamentar da região e presidente do Senado, José García Ruminot (RN). Na semana passada, a secretária de Estado visitou a macrorregião sul, participando da Delegacia de Controle da Ordem Pública em Los Álamos, em Biobío, na entrega de veículos blindados e na homenagem aos três carabineiros assassinados em 27 de abril.
O legislador afirmou que "precisamos que ela esteja presente para dimensionar as graves consequências que esses atentados causam em La Araucanía".
Fonte: Edição assinatura deEl Mercurio