Governador Rodrigo Díaz na Expocorma 2024: “A perda de empregos no setor florestal é duas vezes mais grave que o fechamento de Huachipato”
Na ocasião, a autoridade chamou a fortalecer acordos público-privados e políticas de fomento para revitalizar o setor, além de manter ações para prevenir incêndios.
Durante a inauguração da Expocorma 2024, o governador do Biobío, Rodrigo Díaz, destacou o papel do setor florestal como pilar da economia regional e fez um apelo para oferecer melhores condições para revitalizar o ramo, que gera milhares de empregos na região.
Em seu discurso, ele homenageou a gestão de Juan José Ugarte em seu último mandato como presidente da Corma após sete anos no cargo, destacando sua contribuição para o setor e o desenvolvimento da indústria nos últimos anos.
“O Chile florestal começa na região do Maule e vai até Los Ríos, mas seu coração está aqui, no Biobío. Há uma década, este setor gerava 300.000 empregos; hoje, são 250.000. Perdemos 50.000 postos de trabalho, e isso, para uma região como a nossa, nos afeta profundamente”, afirmou.
Ele explicou que essa queda no emprego tem múltiplas causas, entre elas a redução da área plantada, que passou de dois milhões e meio de hectares para apenas dois milhões na última década. “O que aconteceu? Invasões e ocupações ilegais apoiadas por diferentes setores políticos, incêndios devastadores e o desaparecimento de políticas de fomento para os pequenos proprietários”, detalhou.
O governador também enfatizou como a falta de incentivos desmotivou os pequenos produtores a investir em plantações. “Uma plantação leva 12 ou 15 anos para crescer. Se os pequenos proprietários temem que roubem sua madeira ou a queimem, e não têm acesso a seguros, simplesmente não plantam. Isso é uma péssima notícia para nossa região”, declarou. A perda de empregos no setor florestal foi comparada por Díaz com o impacto do fechamento de Huachipato, afirmando que a magnitude da crise é “mais que o dobro de grave”.
Díaz destacou que “o setor florestal continua sendo a espinha dorsal da economia de nossa região. Hoje, 20.000 pessoas trabalham nessa indústria no Biobío, e 250.000 em nível nacional. Este setor ainda é o que sustenta mais lares em nossa região”.
Além disso, ele fez um apelo às autoridades e ao setor privado para melhorar a proteção das florestas e avançar na identificação e punição dos responsáveis pelos incêndios florestais. “Hoje, no Chile, apenas 1% daqueles que queimam florestas são identificados. Na OCDE, 30% são identificados e condenados. Aqui há um desafio para a CONAF, o Ministério Público e os Tribunais de Justiça. Proteger nossa economia é proteger nosso modo de vida”, reforçou.
Por fim, ele destacou a importância do setor para as exportações regionais, indicando que 70% das exportações que saem por Talcahuano, Coronel, San Vicente e Lirquén são de origem florestal. “Vivemos disso, da cultura industrial que nos caracteriza”, afirmou.