Incêndios florestais: começam coordenação e capacitação de novas autoridades eleitas para prevenir e combater o fogo
A temporada coincide com a troca de cargos-chave que vão desde o Governo Regional até os municípios, e até mesmo a direção regional da Conaf.
A temporada de incêndios na Região do Biobío está cada vez mais próxima. Alinhado a isso, as autoridades locais estão atualmente trabalhando em diversas medidas para prevenir e combater esses sinistros.
No entanto, este período de incêndios, pelo menos no caso do Biobío, será abordado pelo novo delegado presidencial, Eduardo Pacheco, que assumiu o cargo há menos de duas semanas; o novo governador regional, Sergio Giacaman, que exercerá como Gore a partir de 6 de janeiro de 2025; e novos prefeitos em diferentes comunas da Região, que assumirão em 6 de dezembro deste ano.
A isso soma-se também a recente renúncia do diretor regional no Biobío da Corporação Nacional Florestal (Conaf), Rodrigo Jara. Vale lembrar que Jara ocupou o cargo por cerca de 3 anos, após assumir em abril de 2022.
Sobre as mudanças que se aproximam nas diferentes administrações comunais e do Gore Biobío, especificamente da coordenação necessária para enfrentar uma temporada de incêndios na Região, o delegado presidencial, Eduardo Pacheco, afirmou que "vamos trabalhar até o último dia que caberá ao atual governador Rodrigo Díaz, colocando obviamente o interesse da cidadania, que é o mais importante, pois a institucionalidade pública não pode parar por nenhum motivo".
Na mesma linha, Pacheco complementou: "Tive uma conversa com o governador eleito, Sergio Giacaman. Foi uma conversa muito boa sobre diversos temas da Região, mas uma das prioridades que estabelecemos foi justamente articular as emergências e trabalhar imediatamente".
Para o representante do Presidente, Gabriel Boric, na região, é fundamental que nas transições de cargos não existam "períodos de incerteza" sobre as medidas a serem tomadas para prevenir e combater incêndios na Região.
"Vejo uma disposição muito boa da parte dele — Giacaman — para que haja continuidade, que não haja períodos de incerteza por nenhum motivo, e é assim que faremos também em conjunto com os prefeitos", disse o delegado.
Outro aspecto importante é que, considerando que vários prefeitos estão recém-empossados durante o período de maior incidência de sinistros, a delegação presidencial já começou a designar seremis "de ligação" para melhorar as coordenações. Ao mesmo tempo, Pacheco admitiu que, assim que os novos chefes comunais assumirem, convocará um Cogrid regional de caráter preventivo.
"Quando os prefeitos assumirem, convocaremos um cogrid preventivo regional, para que eles já comecem a entender o ritmo do seu papel fundamental na prevenção e também nas emergências em cada uma das comunas da Região", afirmou a autoridade.
Conaf
Após a demissão de Jara, Alberto Bordeu passou a ser o diretor regional (s) da Conaf. Questionado sobre as mudanças nas administrações e os impactos que podem gerar nas ações de prevenção e combate a incêndios, Bordeu destacou que "cada município tem seus departamentos de emergência com pessoal permanente, e mesmo que as novas autoridades coloquem novas pessoas à frente desses departamentos, há uma experiência prévia".
Da mesma forma, o diretor regional (s) da Conaf destacou as capacitações estabelecidas para as autoridades eleitas, assim como para aquelas que permanecem em seus cargos, em diferentes comunas do Biobío. Além disso, Bordeu ressaltou que empresas privadas também participaram dessas instâncias para apresentar sua capacidade operacional no combate a incêndios.
"Foi realizado um workshop para explicar exatamente o que enfrentamos em uma temporada de incêndios florestais, qual é o papel dos municípios e do aparato público. As empresas participaram indicando sua capacidade operacional e, de certa forma, realizando uma capacitação básica, para que essas novas autoridades saibam o que enfrentarão e, assim, possamos lidar melhor com a temporada que se inicia", contou o diretor (s).
Plano regional de corta-fogos
Nesta terça-feira, o Governo apresentou o Plano Regional de Corta-Fogos 2024-2025, que prevê a execução de um total de 670 quilômetros de eliminação de vegetação combustível, criação de corta-fogos preventivos, corta-combustíveis e faixas livres de vegetação em diferentes pontos do Biobío. A iniciativa é executada pelo Ministério de Obras Públicas e pela Conaf.
Sobre o avanço do plano, o seremi do MOP no Biobío, Hugo Cautivo, explicou que "há um plano nacional que foi elaborado e está sendo implementado há vários meses. Hoje, temos um avanço de cerca de 70% (300,5 km) do compromisso do MOP, que é de 670 km no total, sendo 427 km sob nossa responsabilidade".
A meta da OO.PP. é concluir todos os quilômetros de corta-fogos comprometidos para a Região até 31 de dezembro deste ano. No entanto, Cautivo afirmou que "as condições climáticas estão variando e, portanto, devemos manter uma ação permanente de prevenção, revisando inclusive áreas já limpas, pois as chuvas recentes podem levar a novo crescimento da vegetação, exigindo nova limpeza".
Por isso, o seremi garantiu que isso faz parte de um trabalho preventivo permanente, realizado por meio de contratos globais, administração direta e também pela Direção de Concessões.
Cautivo também destacou que, com base nos grandes incêndios registrados no verão de 2023, foram definidas áreas prioritárias para corta-fogos, como "a Província de Arauco, comunas próximas à rota P-20, o setor de Contulmo, Curanilahue, na rota Curanilahue-Nacimiento. Na Província de Concepción, setores como a comuna de Tomé, Rafael, Chiguayante e Hualqui, incluindo a Reserva Nonguén. Também a Rota da Madeira, que sabemos ser crítica devido à proximidade com plantações florestais".
No detalhamento, o MOP está realizando corta-fogos em 43 pontos da Região. Desses, 22 estão na Província de Biobío, em comunas como Mulchén, Negrete e Los Ángeles; 17 na Província de Concepción, em comunas como Penco, Tomé e Coronel.
Por fim, há 4 pontos de trabalho na Província de Arauco, localizados em Arauco, Curanilahue e Lebu.
Enquanto isso, o delegado presidencial não descartou a possibilidade de ajustar o prazo estabelecido pelo Governo para concluir todos os corta-fogos no Biobío. "Há uma programação, mas as condições mudaram. Tivemos chuvas até recentemente (...) será necessário revisar semana a semana devido às condições climáticas. Não se prevê que isso termine tão cedo", explicou.
Fonte:Diario Concepción