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"A crise do setor é real, mas o Chile continua sendo uma referência mundial"

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Rodrigo O'Ryan, novo presidente da Corma. O fundador e ex-presidente da Associação Chilena de Biomassa adiantou quais serão suas principais diretrizes à frente do sindicato florestal.

Pela primeira vez, a Corporação da Madeira (Corma) será liderada por um presidente vindo do mundo da biomassa, Rodrigo O'Ryan, que assume o posto de Juan José Ugarte, em um cenário com múltiplos desafios para o setor, que enfrenta sua menor superfície plantada desde 2012, incêndios florestais, roubo de madeira, queda nos rankings internacionais e um retrocesso em relação aos seus concorrentes da região.

“A crise é real e o Chile está reduzindo progressivamente suas plantações, mas continua sendo uma referência mundial em matéria florestal”, diz em sua primeira entrevista o novo líder do sindicato silvícola.

Segundo os últimos dados do Instituto Florestal, o setor — outrora pilar da economia nacional — perdeu 48 mil empregos e sua participação no PIB nacional é a mais baixa desde que se tem registro, abaixo de 2%. Nos últimos 10 anos, mais de 320 mil hectares de plantações foram destruídos, e as empresas mais importantes, como Árauco ou CMPC, anunciaram investimentos históricos em outros países, como o Brasil.

“Precisamos voltar a crescer, onde cuidar do que temos, recuperar urgentemente o que foi perdido e aumentar a superfície plantada é o ‘ponto de partida’”, diz o engenheiro industrial hidráulico da PUC, que atribui a crise do setor, em parte, aos mega incêndios e à ausência de incentivos e instrumentos que facilitem o financiamento para o plantio.

Qual será sua estratégia para impulsionar o setor florestal chileno?

- Primeiro, precisamos acabar com os problemas de segurança: incêndios, roubo, invasões e atentados que impactaram especialmente as PMEs. Precisamos mudar o olhar sobre o setor e avançar urgentemente em uma política de fomento, com foco nos pequenos proprietários e PMEs madeireiras, que nos permita criar florestas novas e melhores. Não apenas considerar as plantações, mas também avançar no manejo sustentável da floresta nativa, porque sem florestas não há madeira, e sem madeira, não há sonho nem mudança que possa ser gerada.

- Quais medidas devem ser tomadas pelos setores público e privado?

- Há um aspecto transversal fundamental para abordar todos esses temas: o fortalecimento da institucionalidade do setor. Nesse sentido, a criação do Serviço Nacional Florestal (Sernafor) é uma necessidade mínima e inadiável. Esse projeto deve ser concebido e executado com uma visão estratégica e de longo prazo, alinhada aos desafios climáticos, econômicos e sociais que o país enfrenta. Outro tema muito concreto é a prevenção de incêndios.

- Qual é o principal desafio do setor em relação às mudanças climáticas?

- Mostrar os atributos das árvores na captura de CO2 para que a sociedade compreenda seu imenso valor, não apenas como sumidouros naturais de carbono, mas como uma fonte renovável que pode substituir materiais e produtos provenientes de fontes poluentes e não renováveis.

"Você já tem alguma meta? Uma ideia do que será sua marca?

- Nosso objetivo será posicionar o setor como um aliado estratégico para enfrentar desafios locais e globais, como a descarbonização e o desenvolvimento de uma economia verde. Queremos que os chilenos conheçam e valorizem tudo o que vem do setor: florestas, indústrias, bioprodutos, biomateriais, bioenergia, biodiversidade, mitigação e combate às mudanças climáticas, desenvolvimento econômico e social. Conseguir que o setor esteja no coração das pessoas.

Fonte: edição assinatura doDiario Financiero

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