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Diretor regional da Conaf: “Mais de 60% dos incêndios florestais no Biobío são intencionais”
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“Hoje temos menos área queimada, mas o número de incêndios é muito similar ao da temporada passada”, alerta Esteban Krause, diretor regional da Conaf no Biobío, que detalha o equipamento e as alianças estratégicas para enfrentar esta temporada de risco.
A região do Biobío enfrenta um desafio relevante neste verão 2024-2025: prevenir e combater os incêndios florestais. O diretor regional da Corporação Nacional Florestal (Conaf), Esteban Krause, destacou que a coordenação entre autoridades, empresas e comunidade é fundamental para mitigar o impacto desses sinistros.
Na memória recente estão os incêndios florestais no Chile nos últimos anos. Os episódios devastadores ocorridos em 2017, 2023 e os mais recentes em fevereiro de 2024 na região de Valparaíso foram catastróficos, com vítimas fatais, milhares de hectares afetados e destruição de moradias e atividades produtivas.
“A prevenção é permanente, não apenas na primavera e no verão. Há um trabalho constante com os municípios, as empresas florestais e a comunidade”, afirmou Krause.
Além disso, destacou que a Conaf implementou programas que incluem a construção de corta-fogos e a capacitação de moradores de zonas rurais, onde o risco é maior.
Os incêndios florestais, muitas vezes intencionais, representam um problema crítico. Segundo Krause, “pouco mais de 60% dos incêndios que ocorrem no país e na região são intencionais”. Para enfrentar essa situação, Carabineiros, a PDI e a Conaf fortaleceram as unidades investigativas para identificar e punir os responsáveis.
UMA MUDANÇA CLIMÁTICA QUE AGRAVA O PROBLEMA
A mudança climática exacerbou as condições para a propagação de incêndios. “Hoje em Los Ángeles estão ocorrendo incêndios em áreas onde antes não aconteciam, mas para onde um número significativo de famílias migrou da cidade para o setor rural”, explicou Krause.
Esse fenômeno de migração cidade-campo obrigou a Conaf a intensificar seus esforços educativos e de fiscalização, proibindo práticas como as queimadas agrícolas.
A região do Biobío conta com um sistema de combate a incêndios. No aeródromo María Dolores, nos arredores de Los Ángeles, operam equipes aéreas com capacidade de resposta regional e nacional. Krause detalhou que “na região do Biobío temos 11 equipes aéreas, 42 brigadas e dois grupos de caminhões com skidders para construir corta-fogos rapidamente”.
Além disso, a colaboração com empresas florestais por meio da Corporação Chilena da Madeira (Corma) é crucial, especialmente em áreas de interface urbano-rural, onde os incêndios podem ter consequências devastadoras.
UMA TEMPORADA DE RISCO LATENTE
No Biobío, embora a área queimada tenha diminuído em comparação com anos anteriores, o número de incêndios permanece similar. Isso mostra que, embora as medidas preventivas tenham dado resultados, o desafio persiste.
Krause pediu à população que denuncie atitudes suspeitas ou infrações às normas. “É preciso denunciar imediatamente aos Carabineiros e à Conaf. Nós temos torres e as empresas florestais contam com câmeras de televigilância”, explicou.
A IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS ALÉM DO FOCO
Além de sua função ambiental, as florestas têm um valor social e econômico fundamental. “A floresta hoje é um espaço que pode ser utilizado para atividades recreativas, como corridas de bicicleta, o Rally Mobil ou motocross”, comentou Krause. No entanto, também reconheceu que muitos pequenos e médios proprietários tiveram suas plantações destruídas, perdendo um patrimônio que, em muitos casos, era destinado a suas aposentadorias.
O diretor da Conaf exortou a população a valorizar esses recursos naturais, essenciais para o desenvolvimento sustentável da região. “Devemos cuidar das florestas e dos mares, gerando valor ambiental, produtivo e social”, concluiu.
Fonte:La Tribuna
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