Exportações florestais aumentam, mas preocupação com incêndios cresce
Setor prevê alta de 15% nas exportações este ano. “Na última década, o Chile perdeu cerca de 35 mil hectares anuais devido a mega-incêndios”, disse o presidente da Corma, Rodrigo O'Ryan.
O setor florestal vive no Chile um momento complexo em termos de investimentos, plantações e emprego. Incêndios, roubos, invasões e insegurança levaram os grandes players a afirmar que o setor está estagnado, e a CMPC —ligada ao grupo Matte— indicou este ano que a indústria enfrenta um “recuo”. Ao mesmo tempo, a Papelera e Arauco —da família Angelini— impulsionam investimentos milionários no Brasil, onde encontraram apoio das autoridades para alocar seus recursos.
Em relação às exportações, o presidente da Corporação Chilena da Madeira (Corma), Rodrigo O'Ryan, afirmou que o setor projeta um crescimento de 14% a 15% nos embarques de madeira até o final de 2024, impulsionado pela celulose, produto que representa 52% das exportações, destacou.
Segundo estatísticas do Instituto Florestal —do Ministério da Agricultura—, entre janeiro e setembro deste ano, as exportações florestais somaram US$ 4,568 bilhões, um aumento de 9,4% em relação ao ano anterior. Em 2023, os embarques totalizaram US$ 5,556 bilhões, completando 10 anos de estagnação, sem conseguir superar a barreira dos US$ 6 bilhões, o que também não ocorreria neste exercício. Em contraste, na década anterior —entre 2002 e 2012—, as exportações de madeira mais que dobraram, passando de cerca de US$ 2,3 bilhões para quase US$ 5,4 bilhões.
O'Ryan afirmou que “em termos de plantações, o panorama é crítico. Na última década, o Chile perdeu cerca de 35 mil hectares por ano devido a mega-incêndios, sem incorporar novas áreas”. Ele acrescentou que outro desastre de grande magnitude teria "consequências devastadoras, afetando a recuperação de terras e comprometendo os acordos ambientais internacionais”. Disse ainda que “esse cenário atinge fortemente as PMEs florestais e madeireiras, que enfrentam dificuldades para reinvestir em áreas afetadas ou garantir o abastecimento de matéria-prima, colocando em risco a sustentabilidade da cadeia produtiva e o desenvolvimento local”.
Na Corma, afirmaram que “o setor apela para a urgência de medidas preventivas, combate a crimes intencionais e a implementação de uma lei de incêndios e incentivos com apoio estatal para enfrentar os desafios futuros”.
O líder do sindicato acrescentou que problemas logísticos, tanto locais quanto internacionais, têm afetado os prazos de entrega.
Fonte:El Mercurio