Polêmica em La Araucanía: delegado não descarta diálogo com a CAM e governo tenta acalmar os ânimos
O delegado presidencial de La Araucanía, Eduardo Abdala, NÃO fechou a porta para dialogar com a Coordenadora Arauco Malleco (CAM) e afirmou que eles devem ter "gestos explícitos" e "verificar suas demandas", garantindo que - por enquanto - não há condições.
A polêmica surgiu após a detenção de cinco pessoas por dois ataques incendiários ocorridos em La Araucanía em 2021, que foram reivindicados pela Coordenadora Arauco Malleco (CAM).
Nesse contexto, o delegado foi questionado e afirmou que, como Governo, não vão descansar até gerar as melhores condições na região, fazendo um apelo para que deponham os atos violentos aqueles que pensam que por esse meio alcançarão suas "reivindicações".
Lá, a autoridade foi questionada se estão dispostos a dialogar com a CAM, deixando a porta aberta ao indicar que, embora não esteja em posição de definir essa posição, precisam de gestos explícitos das organizações para conversar.
"Hoje, não estou em posição de definir se o Governo do Estado não está disposto a conversar com a CAM, porque acredito que o primeiro que precisamos são gestos explícitos por parte dessas organizações, de ter a intenção de conversar com o objetivo de verificar quais são suas demandas e, a partir disso, ver até onde o Estado pode fazer parte disso. Mas, por enquanto, acredito que não há condições", afirmou.
Essa questão gerou rejeição do mundo político. O deputado e presidente dos Amarillos, Andrés Jouannet, disse que enviará um ofício à ministra do Interior para que avalie a continuidade do delegado presidencial de La Araucanía.
"O novo delegado presidencial cometeu um erro imperdoável, porque ele também não tem atribuições para sequer se referir a este tema, estes são assuntos de outro nível e, portanto, peço à ministra do Interior e naturalmente enviarei um ofício, conversarei com ela para que reflita sobre a continuidade do delegado presidencial", declarou.
O deputado dos Republicanos, Stephan Schubert, disse que o Governo deve esclarecer se estão ou não dispostos a negociar com esse tipo de organização.
"Gostaria de saber se o Presidente também concorda com isso e se essa é sua estratégia no último ano de governo, sentar-se para negociar com terroristas. Isso não se faz. É um convite para que existam outros grupos que usem a força e o terror para que depois outro governo se sente para negociar e oferecer algo a eles", enfatizou.
Após a polêmica, a Delegação Presidencial de La Araucanía tentou acalmar os ânimos, indicando em um comunicado "que nem o delegado presidencial nem o Governo propiciaram, nem propiciarão, qualquer tipo de diálogo com organizações como a Coordenadora Arauco-Malleco (CAM) nem com outros atores que recorram a atos terroristas como meio para alcançar seus objetivos".
Fonte:BiobioChile