La Araucanía: Preocupa a mudança de comando na etapa prévia ao "calendário vermelho"
Após um ano no cargo, o general Ricardo Duarte deixa o comando da Defesa Nacional na região. A área também teve mudanças nas chefias policiais e políticas.
A segunda quinzena de dezembro, assim como janeiro e fevereiro, compõem o chamado "calendário vermelho" da violência em La Araucanía. Durante esse período, coincidem as colheitas de cereais nas 32 comunas da região, ocasião em que ocorrem crimes como invasão de terras, extorsão, queima de maquinário, cobrança de pedágios ou roubo de carga.
Também são lembrados os aniversários das mortes do comunero Matías Catrileo, ocorrida em 3 de janeiro de 2008, e do casal Luchsinger Mackay, na madrugada de 4 de janeiro de 2013. Da mesma forma, registra-se o pico de incêndios florestais e denúncias de intencionalidade.
Os atores sociais da região manifestam preocupação com a coincidente renovação de autoridades militares, policiais e políticas antes desse período crítico.
Além da saída do delegado regional presidencial, José Montalva, que concorrerá ao Congresso Nacional, e do general da IX Zona de Carabineros, Manuel Cifuentes, para assumir o comando da Zona de Fronteiras e Serviços Especiais, em meados do mês o general do Exército Ricardo Duarte, após um ano à frente da Defesa Nacional na região, será substituído para assumir como chefe da Missão Militar do Chile nos EUA. Em seu lugar, chegará o general Ricardo Moreno, o sétimo a ocupar o cargo desde maio de 2022. Isso sem contar a substituição, nas urnas, do governador e vários prefeitos.
O presidente da Multigremial de La Araucanía, Patricio Santibáñez, considera que "embora as mudanças sejam necessárias, ...
A senadora republicana e integrante da Comissão de Paz e Entendimento, Carmen Gloria Aravena, também questiona a data das mudanças. "Embora se agradeça que os chefes da Defesa permaneçam um ano, a época em que ocorre a troca é péssima, porque estamos no início da colheita e da temporada de incêndios, e nas últimas semanas houve um recrudescimento da violência", afirma.
O presidente da Associação de Agricultores de Malleco e também comissionado, Sebastián Naveillán, ressalta que "sempre criticamos que, no início, os chefes da Defesa Nacional ficassem apenas três meses". Ele acrescenta: "Valorizamos que agora permaneçam um ano, mas temos ressalvas sobre a mudança de comando ocorrer em dezembro, às vésperas de um período crítico. Por isso, sempre defendemos que os mandatos fossem de março". Em sua opinião, também pode afetar a coordenação "a mudança do delegado presidencial, especialmente após sua postura hesitante em relação à violência".
Fonte: edição assinatura deEl Mercurio