Relatam perda de 36 mil empregos florestais em 10 anos no Biobío
- Segurança, incêndios florestais, fechamento de serrarias são alguns fatores identificados pelo setor. No entanto, as exportações cresceram cerca de 8% em 2023.
36 mil empregos do setor florestal foram perdidos nos últimos 10 anos na Região do Biobío, conforme informado pela Corporação Chilena da Madeira (Corma) Biobío-Ñuble, e de acordo com dados fornecidos pelo Instituto Florestal do Chile (Infor).
Especificamente, a Corma destacou que a indústria, na Região e no país, está em plena crise. Segundo eles, isso está relacionado a questões de segurança pública, perda de florestas produtivas, fechamento de serrarias, queda na demanda, os devastadores incêndios florestais na área, o cenário econômico nacional, entre outros fatores.
“Nos últimos 10 anos, cerca de 22% das florestas produtivas foram perdidas, principalmente devido aos incêndios. As grandes empresas voltaram a plantar, mas o desafio é ver o que acontece com as PMEs, que não o fizeram, porque este é um negócio de longo prazo e requer financiamento para ser realizado”, afirmou o presidente da Corma Biobío, Alejandro Casagrande, que também mencionou denúncias de violência contra trabalhadores florestais e a situação na Macrozona Sul.
Além disso, complementou que “no Biobío, nos últimos 10 anos, 36 mil empregos foram perdidos, o que equivale a 3.600 empregos por ano. Cerca de 45 serrarias fecharam nos últimos 5 anos, principalmente de PMEs”. Em resumo, Casagrande afirmou que não há investimento nem incentivo à reflorestação.
Outro dado apresentado pela corporação é que, no Biobío, foram perdidas 35 mil hectares por ano na última década.
Nacional
Casagrande complementou que, a nível nacional, “Na última década, o setor florestal mostrou sinais de declínio. Destaca-se, por exemplo, a redução significativa de nossa contribuição para o PIB nacional, passando de 4.024 bilhões de pesos em 2018, que representavam 2,1% do PIB, para 3.296 bilhões de pesos em 2022, representando 1,6% do PIB nacional. Além disso, há uma menor oferta de madeira em pé, causando uma dolorosa diminuição no número de serrarias, refletida na redução de 1.056 serrarias existentes em 2017 para apenas 851 em 2022”.
Exportações
Por sua vez, o secretário regional ministerial (seremi) da Economia da Região, Javier Sepúlveda, com base em informações do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), afirmou que “as exportações deste setor econômico aumentaram de forma sustentada nos últimos três anos. Os dados indicam um claro aumento na quantidade de produtos florestais exportados da região do Biobío. Somente em 2023, este setor registrou um aumento de 7,5% nas exportações em comparação com o ano anterior”.
O responsável regional pela pasta da Economia destacou que o setor florestal exporta anualmente mais de US$ 4 bilhões, argumentando que isso representa uma contribuição significativa para a economia regional, considerando que a maioria dos produtos exportados da Região do Biobío são provenientes do setor florestal.
“Na verdade, existem três produtos específicos que concentram mais da metade das exportações: a celulose, que representa 37% das exportações; a madeira serrada, com 12%; e, finalmente, como terceiro produto relevante, a madeira compensada, com 6% das exportações”, detalhou o seremi.
Apesar dos números das exportações, e referindo-se aos relatos dos sindicatos florestais, Sepúlveda afirmou que “os números não nos desviam a atenção do que é preocupante e do que deve ser o foco da gestão pública”.
“Nesse sentido, existem desafios importantes a serem enfrentados, como, por exemplo, a transição para um modelo agroflorestal em que os territórios da Região do Biobío avancem para uma gestão florestal resiliente às mudanças climáticas”, concluiu.
Fonte: Diario Concepción