A reunião reservada do presidente da CMPC, Luis Felipe Gazitúa, com empresários do Biobío
- Embora Gazitúa costume se deslocar para o sul do país para visitar os escritórios e plantas da companhia, desta vez a visita ocorreu devido ao convite feito por diversos atores do mundo empresarial.
Na última sexta-feira, o presidente da Empresas CMPC, Luis Felipe Gazitúa, realizou uma visita reservada à região do Biobío.
Embora Gazitúa costume se deslocar para o sul do país para visitar os escritórios e plantas da companhia, desta vez a visita teve um motivo especial: atender ao convite feito por diversos atores do mundo empresarial e florestal para discutir o que o principal executivo da Papelera chamou de "replique da indústria florestal" no Chile.
Essa abordagem foi desenvolvida na carta aos acionistas da CMPC, publicada no Relatório Integrado da empresa, e aprofundada em uma entrevista ao Señal DF no sábado da semana passada.
Após conhecer ambas as abordagens, a mesa diretora da Confederação da Produção e do Comércio do Biobío e membros do grupo Futuro Madera —que reúne diversos atores do setor florestal e papelero, especialmente PMEs— pediram a Gazitúa que compartilhasse diretamente os detalhes de seu diagnóstico.
Assim, em um hotel de Concepción e a portas fechadas, Gazitúa se reuniu primeiro com os representantes desse último grupo. Na conversa, conforme relataram alguns participantes, houve concordância com o cenário pessimista descrito por Gazitúa, especialmente sobre a necessidade de algum tipo de incentivo ao desenvolvimento dos pequenos e médios proprietários florestais para que possam voltar a plantar em suas propriedades.
Além disso, também houve consenso de que as condições de insegurança vividas na região e também na Araucanía são o maior desincentivo para o investimento dos pequenos e médios produtores.
Gazitúa transmitiu a eles que sua iniciativa busca justamente levantar a voz em favor das PMEs do setor. "Nos importa muito a realidade da indústria no Chile, mas é claro que nós temos muito mais opções do que vocês. Podemos nos instalar em outros países onde haja maior compreensão e valorização do setor florestal. Há 15 anos, não tínhamos nem um peso investido no Brasil, e hoje a CMPC é a empresa chilena com mais investimentos naquele país. Estamos presentes em sete estados, com 10 fábricas, e lá já produzimos mais celulose do que aqui", disse ele.
Participaram do encontro o Presidente Nacional da Pymemad, Michel Esquerré; o Presidente da Pymemad Biobío Ñuble, Víctor Sandoval; o presidente da Corma Biobío, Alejandro Casagrande; o gerente da Associação de Contratistas Florestais, René Muñoz; o Presidente da Associação de Proprietários de Bosque Nativo, José Cárter; o gerente geral do Colégio de Engenheiros Florestais, Julio Torres; e o Presidente da Associação Chilena de Biomassa, Rodrigo O’Ryan.
Após essa reunião, foi a vez da CPC Biobío, onde se repetiram várias das análises apresentadas aos representantes do setor florestal.
Alguns membros da CPC Biobío também alertaram sobre a delicada situação enfrentada pela região, no contexto do possível fechamento da Huachipato, das paralisações nos portos e outras ameaças.
Nesse contexto, a mesa diretora da CPC Biobío concordou em transmitir a Gazitúa sua "grande preocupação" diante da "possibilidade concreta" de que esse recuo florestal se aprofunde, principalmente porque essa indústria é a mais importante da região, gerando mais de 72 mil empregos diretos e indiretos, equivalentes a 16% do emprego regional.
Estiveram presentes na reunião toda a mesa diretora da CPC Biobío, liderada por seu presidente Álvaro Ananías; o vice-presidente, Nelson Donoso; o diretor José Miguel Stegmeier, entre outros.
Além disso, também participou o governador do Biobío, Rodrigo Díaz.
Fonte:www.dfmas.cl