Líder da CAM Héctor Llaitul declarado culpável em julgamento por Lei de Segurança do Estado
• Tribunal de Temuco emite veredito condenatório contra o porta-voz da Coordenadora Arauco Malleco por múltiplos crimes, incluindo usurpação e atentado contra a autoridade.
Em uma decisão que capturou a atenção nacional, o Tribunal Oral Criminal de Temuco declarou Héctor Llaitul, líder da Coordenadora Arauco Malleco (CAM), culpável por uma série de crimes, incluindo usurpação violenta, furto de madeira e atentado contra a autoridade. A sentença, que será comunicada oficialmente na próxima terça-feira, pode representar um ponto de virada no conflito entre o Estado chileno e as reivindicações do povo mapuche.
O julgamento, que começou em 12 de março, foi marcado por tensão e controvérsia. Durante os argumentos de abertura, o promotor regional Roberto Garrido apresentou seu caso contra Llaitul, enquanto a defesa e o próprio acusado alegaram que o processo estava manchado por uma "perseguição histórica" e uma falta de compreensão cultural.
Antes da leitura do veredito, Llaitul teve a oportunidade de se defender, pedindo absolvição e argumentando que as provas apresentadas deveriam ser "concretas, objetivas e fundamentadas". Além disso, o porta-voz da CAM denunciou o que considera uma "perseguição política" e criticou o Ministério Público por sua abordagem "subjetiva" durante a investigação.
A juíza Rocío Pinilla, ao anunciar a culpa de Llaitul, definiu o calendário para a comunicação da sentença, aguardada com grande expectativa tanto por apoiadores da causa mapuche quanto por aqueles que exigem maior rigor na aplicação da lei contra atos de violência e usurpação.
Este caso não apenas destaca as tensões existentes na região de La Araucanía, mas também enfatiza a complexidade dos conflitos territoriais e culturais no Chile. A condenação de Llaitul pode ter consequências significativas para as futuras relações entre o Estado e os povos indígenas, assim como para o movimento autonomista mapuche.
A comunidade agora aguarda a sentença definitiva, que pode impor a Llaitul uma pena de até 25 anos de prisão, conforme solicitado pelo Ministério Público. Enquanto isso, o debate sobre justiça e direitos indígenas continua aceso tanto no Chile quanto no cenário internacional.