Ataques ao setor florestal encareceram e reduziram a oferta de seguros para plantações
- Especialista da Corma afirmou que os mais afetados são os pequenos e médios proprietários, que não têm recursos para reflorestar em caso de ataques ou incêndios que destruam seu patrimônio.
O subgerente de Proteção contra Incêndios Florestais da Forestal Arauco e presidente do Departamento de Proteção Florestal da Corporação Chilena da Madeira (Corma), Ramón Figueroa, explicou que o valor dos seguros para aeronaves que combatem incêndios teve um aumento significativo devido aos ataques que sofrem durante o trabalho nos sinistros.
Além disso, ele indicou que, devido aos níveis de terrorismo, a cobertura de seguros para plantações florestais afastou as companhias seguradoras, o que reduz a competitividade do setor.
“As aeronaves que combatem incêndios têm um seguro que cobre a operação de combate a incêndios e a integridade física da aeronave. No entanto, esses seguros aumentaram muito recentemente devido aos atentados que sofrem em terra ou em voo, seja por ataques a empresas ou por tiros recebidos enquanto combatem incêndios”, relatou.
Segundo Figueroa, “isso fez com que os seguros subissem muito ou que determinado operador não possa atuar em uma zona específica”. Ele também destacou que “os seguros florestais não cobrem valores comerciais. Não é um negócio para o produtor florestal ter sua floresta queimada. Do ponto de vista legal, em menos de 1% dos incêndios se identifica o culpado. Além disso, o problema do Chile está ligado ao terrorismo”. Como exemplo, o subgerente de Proteção contra Incêndios Florestais contou que “em uma viagem à Europa, a trabalho, descobri que o Chile aparece como o 17º país com maior terrorismo no mundo”.
“Os proprietários florestais, que são 23 mil donos de plantações e mais de 90 mil proprietários de florestas nativas, querem segurar suas florestas”, explicou. Apesar disso, lamentou que “a imagem que projetamos como país não atrai as seguradoras estrangeiras”.
Nesse contexto, ele alertou que essa situação gera um problema maior “porque, sem seguros, especialmente no caso dos pequenos proprietários, não há recursos para reflorestar”. “Muitos proprietários médios e pequenos fazem parte da cadeia produtiva florestal do Chile, mas a indústria hoje não tem incentivos”, advertiu.
INSTABILIDADE ENFRAQUECE INVESTIMENTOS
O presidente do Departamento de Proteção Florestal da Corporação Chilena da Madeira considerou que, diante desse cenário, são necessárias “políticas nacionais para voltar a plantar e fomentar as plantações. Isso recuperaria amplamente os empregos gerados pela atividade. Além disso, aumenta a arrecadação tributária”.
Nesse sentido, ele enfatizou que “com um setor florestal mais forte do que temos atualmente, podemos oferecer um melhor padrão de vida para nossos compatriotas”. “Há países que estão vendo com muito bons olhos investir em outros lugares, especialmente pela estabilidade política”, continuou Ramón Figueroa, que destacou que “quando se fazem investimentos de longo prazo, como no caso de florestas e indústrias, é preciso ter regras estáveis”.
“O Chile é um caso atípico na América do Sul, porque toda a América do Sul está fomentando [o setor] e nós não, mesmo tendo sido líderes nessa área antes”, lamentou.
Fonte:www.latribuna.cl