Valencia: Na Macrozona Sul há grupos terroristas e gangues criminosas, tão ou mais violentas
- Reafirmou a necessidade de uma nova lei antiterrorista, já que a atual, em vigor há quatro décadas, é "muito ruim e de difícil aplicação".
O procurador nacional, Ángel Valencia, esclareceu que nenhuma organização ou gangue criminosa reivindicou publicamente ocrime contra três policiais ocorrido em Cañeteno fim de semana, e analisou que na Macrozona Sul existem grupos com ações classificáveis como "terroristas" e outros de criminalidade comum, que podem ser ainda mais violentos.
"Na zona, muitas vezes há grupos que podem ser classificados como terroristas, mas também há gangues de criminosos comuns que são tão ou mais violentas, que recorrem à violência apenas para ter controle territorial, como o crime organizado", afirmou em entrevista ao El Diario de Cooperativa.
Nesse sentido, explicou que "o que acontece na zona é que há uma série de atos que, de acordo com a linguagem e o senso comum, deveriam ser classificados como terroristas, mas nossa lei não os qualifica ou não permite persegui-los como tal: inclusive, às vezes as vítimas nos pedem para não as classificarmos desnecessariamente como tal, porque os seguros não cobrem os danos causados por incêndios".
Ainda em sua primeira tramitação constitucional, no Senado está em andamento uma reforma, que consiste na fusão de cinco iniciativas — incluindo a apresentada em agosto do ano passado pelo governo — àlei antiterrorista vigente, que data de 1984e tem sido amplamente criticada por sua definição ineficaz da conduta terrorista.
"Temos uma lei antiterrorista muito ruim, cuja aplicação é difícil, e hoje temos ferramentas melhores para investigação na lei de controle de armas, na lei que pune o crime organizado, na lei relativa ao roubo de madeira, na lei 20.000 (...) até mesmo para aplicar penas mais severas", afirmou.
Por isso, "precisamos de uma lei mais severa do que a que temos; temos uma lei pouco rigorosa, que não pune com precisão os crimes que todos consideraríamos terroristas: (por exemplo) conspirar para matar um promotor hoje não é crime, essas coisas não são razoáveis".
Nesse contexto, destacou que "por mais que um grupo de pessoas considere que tem direito à autonomia, a governar o que consideram seu território, não podem recorrer a homicídios e atentados para impor seu ponto de vista. No contexto de uma democracia, isso não é aceitável".
Além disso, argumentou que "quando se classifica uma pessoa como terrorista, quase a transforma em um lutador social com meios ilícitos (...) E quando classificam como terroristas uma gangue de criminosos comuns, eles começam a invocar tratamento de criminosos políticos, vão buscar simpatia em relação ao seu status".
De qualquer forma, enfatizou que, em nível latino-americano, "o que nos acontece ultimamente é que essas gangues organizadas se transformaram em uma ameaça à democracia. E com razão, muitas, mesmo sendo crime organizado, são diretamente classificadas como terroristas".
Fonte:www.cooperativa.cl