Presidente da CMPC critica falta de apoio estatal e alerta sobre risco de invisibilizar setor florestal no país
- Executivo enfatiza que há um milhão de hectares com aptidão florestal que atualmente estão subutilizados, o que representa um desperdício econômico significativo.
O presidente da empresa florestal CMPC, Luis Felipe Gazitúa, emitiu um alerta sobre a situação atual da indústria florestal no Chile, apontando uma desconexão entre o cenário internacional promissor e a realidade nacional. Por meio de uma carta aos acionistas e uma entrevista na rádio Tele13, Gazitúa acusou o Estado de não fornecer os incentivos necessários para os 25 mil pequenos e médios produtores florestais do país, apesar das evidentes oportunidades de crescimento.
Gazitúa destaca que há um milhão de hectares com aptidão florestal que atualmente estão subutilizados, representando um desperdício econômico significativo. Além disso, ressalta a importância da indústria como capturadora de carbono e produtora de bens biodegradáveis, um setor em ascensão globalmente, mas que no Chile parece estar invisibilizado.
O empresário também abordou o tema dos incêndios florestais, indicando que, embora tenha havido uma redução no número de ataques em 2023 em comparação com 2022, a temporada de incêndios registrou 600 ocorrências, com um alarmante 70% delas sendo intencionais. Gazitúa exige que as autoridades reconheçam a intencionalidade por trás desses incêndios para enfrentar o problema de forma eficaz.
Apesar de reconhecer um aumento na preocupação governamental e na alocação de recursos para a prevenção de incêndios e o conflito na Araucanía, Gazitúa insiste que é essencial admitir a intencionalidade dos incêndios para lidar adequadamente com o problema.
Comparando a situação do Chile com a de empresas internacionais como a Apple, que está investindo no plantio de florestas para alcançar a neutralidade de carbono, Gazitúa sublinha a necessidade de o Estado mudar sua perspectiva e voltar a estimular a atividade privada no setor florestal, como ocorre em outros países onde a indústria é valorizada por sua contribuição ao desenvolvimento sustentável e à captura de carbono.
O apelo de Gazitúa é claro: é imperativo que o Estado chileno reconheça e apoie a indústria florestal, não apenas por seu potencial econômico, mas também por seu papel crucial na luta contra as mudanças climáticas.