Ausência do Estado em Arauco: 60 anos de desatenção
- Víctor Hugo Luengo, presidente da Corporação de Fomento e Desenvolvimento Produtivo, denuncia a falta de políticas estatais sustentadas no território de Arauco em “Conversando com a Acoforag”.
Na edição número 40 de "Conversando com a Acoforag", Víctor Hugo Luengo, presidente da Corporação de Fomento e Desenvolvimento Produtivo do Território Arauco, destacou a prolongada ausência do Estado na região, um problema que se estende por mais de seis décadas.
Segundo Luengo, essa falta de atenção tem contribuído para a violência e a insegurança que afetam a província, especialmente nas comunidades mapuche ao sul de Cañete.
O líder afirmou que, apesar de testemunharem o desenvolvimento florestal, conhecido como o "ouro verde", as comunidades locais têm sido meras espectadoras e não participantes ativas desse crescimento. A Corporação que preside, composta por uma equipe multidisciplinar, tentou comunicar aos governos de plantão a singularidade da província e a necessidade de políticas diferenciadas que atendam às suas particularidades.
O presidente da Corporação enfatizou que a resposta do Estado à violência, centrada no aumento da presença policial e militar, não aborda as necessidades fundamentais da população. A pobreza, a falta de moradia e de serviços de saúde são problemas urgentes que exigem soluções além de medidas de segurança.
Luengo criticou, ainda, a falta de programas governamentais de longo prazo que transcendam os períodos de governo de quatro anos. Citou como exemplo a caleta Quidico, uma área que sofreu violência e foi ignorada pelas políticas estatais. A visita de um funcionário governamental à caleta, depois de dois anos e meio de gestão, revelou o fascínio pelo potencial da região, mas também a desconexão entre as necessidades locais e a resposta institucional.
A entrevista com Luengo é um chamado à ação para que o Estado reconheça e atenda às necessidades das comunidades do Território Arauco, implementando políticas de Estado que garantam o bem-estar e a segurança de seus habitantes.
A entrevista completa está disponível nas redes sociais e no canal do YouTube da Acoforag: