PymeMad: "O Estado abandonou os pequenos e médios proprietários no fomento florestal"
- De acordo com o setor florestal e de serrarias, as PMEs geram 70% dos empregos, um setor que tem se enfraquecido devido às condições em que operam.
O presidente da PymeMad Chile, Michel Esquerré, falou sobre a falta de políticas públicas para impulsionar a indústria florestal, o que tem causado o fechamento de centenas de serrarias e a perda de dezenas de milhares de empregos. Os efeitos colaterais atingem as pequenas e médias empresas que dependem da atividade florestal, afetando o emprego, a descarbonização e a desconcentração da economia, acrescentou o líder.
Segundo Esquerré, "há fechamento de serrarias que as grandes empresas declararam de um tempo para cá. Fala-se em 200 serrarias fechadas no Chile, nos últimos cinco a seis anos. Mais de 30 mil empregos foram perdidos".
O líder também destacou que "nos últimos meses, após os incêndios de 2017 e do ano passado, o abastecimento também ficou complicado para as grandes empresas".
"As distâncias de abastecimento são muito longas, e se as grandes empresas têm esse tipo de problema, o que acontece com as PMEs?", questionou, afirmando que "há 10 anos não há fomento para as plantações dos pequenos e médios proprietários por uma questão ideológica".
Na opinião de Michel Esquerré, "o abastecimento dos pequenos e médios proprietários está ameaçado se não houver fomento às plantações". Ele exemplificou que, se for promovida a reflorestação, "a cada milhão de pesos que o Estado investe no fomento de plantações de pequenos e médios proprietários, após 15 anos em média, o governo recupera 4 milhões e meio de pesos, entre IVA, imposto sobre transporte e imposto de renda do proprietário".
ABANDONO DO SETOR FLORESTAL
O líder também apontou as razões pelas quais esse mecanismo de fomento não foi retomado: "O Estado não quer fazer isso porque o ecologismo radical disseminou a mensagem de que pinheiros e eucaliptos são ruins para a sociedade".
O presidente do sindicato das PMEs madeireiras lembrou que "70% das emissões de carbono no mundo são produzidas pelas cidades, não pelo setor silvoagropecuário. Nossa crise foi desencadeada porque o Estado abandonou os pequenos e médios proprietários no fomento florestal".
Michel Esquerré destacou que "se acreditou que todo o apoio iria para as duas grandes empresas florestais, mas estão enganados. Isso é para as pequenas e médias serrarias do país".
Segundo o presidente da PymeMad, o fomento florestal realmente beneficiaria "as pequenas e médias serrarias do país, que abastecem a grande maioria do mercado de madeira em nível nacional".
PMES FLORESTAIS
O representante do sindicato enfatizou que "no setor florestal e do mundo das serrarias, as PMEs geram 70% dos empregos. Então, enfraquece-se o músculo econômico mais importante do país, que são as PMEs".
"Se queremos um país mais igualitário e com melhor distribuição de riqueza, o que se deve fazer é fortalecer as PMEs", afirmou Esquerré, que criticou a política atual por passar a ideia de que "se quer destruir as PMEs do setor".
"O setor florestal produz materiais que reduzem a pegada de carbono e permitem cumprir os compromissos de descarbonização da economia", acrescentou.
No entanto, ele afirmou que "no Ministério do Meio Ambiente, colocaram na cabeça deles que as plantações de pinheiros e eucaliptos não ajudam na descarbonização, o que é um erro gravíssimo construído na mente das pessoas".
Fonte:latribuna.cl