Segurança e incentivo a plantações florestais marcam sessão especial da Comissão de Economia no Biobío
- No âmbito agrícola, o setor solicitou novos reservatórios e um sistema de crédito adequado à sua rentabilidade e prazos. Além disso, houve concordância sobre a complexa situação da indústria regional.
Segurança, permissologia e incentivo às plantações florestais estiveram entre as prioridades apresentadas por sindicatos regionais aos membros da Comissão de Economia do Senado, que realizou uma sessão especial no auditório da Faculdade de Humanidades e Arte da Universidade de Concepción e na Universidade Católica de la Santísima Concepción (UCSC).
Na sessão realizada na UdeC, participaram sindicatos como CPC Biobío, Corma, Corbiobío, Irade, Socabio, além de empresas como Asenav, Asmar, Arauco e a diretora do IIT, Andrea Moraga.
Além disso, o Dr. Carlos Saavedra, reitor da Universidade de Concepción, apresentou o inovador doutorado em Inteligência Artificial, destacando a colaboração interuniversitária que criou o programa, o financiamento do Governo Regional do Biobío e a contribuição que isso representa em um contexto de mudança da matriz produtiva regional.
Sindicatos
Álvaro Ananías, presidente da CPC Biobío, sindicato que reúne as empresas da Região, afirmou que “Biobío é uma Região com um forte DNA florestal, pesqueiro e manufatureiro, e hoje essas três verticais da nossa zona estão passando por momentos complexos, onde o setor florestal reduziu um terço de seu patrimônio, com 200 mil hectares queimados, e hoje os pequenos proprietários rurais não têm como replantar, o que está gerando falta de massa florestal. Vemos notícias como a da CMPC abrindo uma fábrica no Brasil, quando gostaríamos que fosse no Biobío. Não podemos perder competitividade como Região”.
Paul Esquerré, presidente do Irade, comentou sobre a sessão especial da Comissão de Economia do Senado na região: “O diagnóstico feito pela CPC Biobío coincide com o nosso no Irade. Realmente, temos muitos problemas que estão tornando a economia regional muito complexa. Acreditamos que a inovação na reconversão da nossa matriz produtiva deve focar nos talentos e também nas indústrias já estabelecidas, onde há setores ameaçados pela Lei da Pesca, o que parece terá grande impacto. Temos uma indústria florestal em dificuldades devido à segurança, com milhares de hectares inacessíveis para colheita e uma perda significativa de serrarias médias, afetando muito as PMEs. A Huachipato tem um enorme desafio para se tornar rentável, e não podemos deixar de falar da segurança como eixo prioritário do Governo em sua gestão”.
Alejandro Casagrande, presidente da Corma Biobío Ñuble, disse: “Achamos uma ótima notícia a sessão da Comissão de Economia do Senado aqui, pois a Região enfrenta um problema complexo. Como setor florestal, estamos em crise, com declínio anual de 35 mil hectares e perda de 3.200 empregos por ano. Em 10 anos, serão 32 mil empregos. Esperamos que a comissão ouça nossas propostas de solução, relacionadas principalmente à segurança, onde houve avanços, mas precisamos resolvê-la definitivamente e implementar incentivos para que pequenos e médios proprietários se recuperem”.
José Miguel Stegmeier, presidente da Socabio, sindicato que representa o setor agrícola da Região, destacou a urgência em reduzir efetivamente os problemas de segurança e ressaltou: “Nossa zona depende da irrigação, e não temos nenhum reservatório em construção ou em projetos. Reservatórios pequenos, médios e grandes são fundamentais, assim como recursos para planejamento de irrigação rural e revestimento de canais”.
O presidente da Socabio acrescentou outras prioridades do sindicato, como “a necessidade de um sistema de crédito mais alinhado com o setor agrícola, sua rentabilidade e prazos, pois hoje enfrentamos um problema de financiamento não resolvido. Esperamos que o BancoEstado, outros bancos e a Corfo possam adaptar-se à realidade agrícola, além do incentivo às plantações florestais já mencionado”.
José Miguel Stegmeier também destacou a necessidade de modificar os reavaliações agrícolas: “O SII está errando na aplicação desses reavaliações, que devem considerar a capacidade produtiva do solo, não o fator imobiliário”.
Gastón Saavedra, senador da região do Biobío e membro da Comissão de Economia do Senado, afirmou: “Houve espaço para que os diferentes setores produtivos apresentassem propostas para o desenvolvimento futuro dos setores industriais da região, o que permitirá o desafio de transformar a matriz industrial, descarbonizá-la e torná-la sustentável. Para isso, há a ideia de produzir hidrogênio verde e integrá-lo aos diferentes setores produtivos, que é nossa tarefa”.
Fonte:www.diarioconcepcion.cl