Javier González, gerente da Desert King, destacou que a proteção do bosque esclerófilo é fundamental
- Em “Conversando com a Acoforag”, o executivo abordou aspectos desde a exportação de casca até a gestão sustentável e a transformação na indústria de saponinas, com um impacto positivo no bosque nativo chileno.
No capítulo 38 de “Conversando com a Acoforag”, Javier González, gerente Florestal e de Desenvolvimento Sustentável da Desert King, destacou a situação crítica do bosque esclerófilo na região central do Chile. A empresa assumiu um papel ativo na revalorização desse ecossistema por meio de uma iniciativa acadêmica apoiada pela Corfo e FONDEF, que revolucionou a indústria de saponinas, um componente essencial do quillay.
A proposta da Desert King concentra-se em um manejo silvicultural integral que não só aproveita a casca, mas toda a biomassa do quillay, gerando produtos de alto valor para setores como agricultura, mineração, alimentação animal e humana, cosméticos e farmacêuticos. Um exemplo notável é o uso de saponinas de quillay como adjuvantes em vacinas, incluindo uma das vacinas contra a COVID-19.
Essa abordagem sustentável levou a empresa a obter certificações florestais FSC, garantindo um processo controlado e responsável, não apenas por cumprir padrões, mas por convicção na importância de um manejo florestal adequado. González enfatiza que um plano de manejo bem executado é crucial, pois, caso contrário, não serviria para nada.
As mudanças climáticas e a interação humana são os principais desafios enfrentados pelo bosque esclerófilo. O aumento das temperaturas e a diminuição das chuvas elevam o risco de incêndios, enquanto a proximidade das populações e práticas inadequadas aumentam a probabilidade de sinistros. Além disso, a perda de vigor das árvores gera mais combustível, aumentando o perigo de incêndios.
A solução proposta por González é um manejo florestal que não só busque recuperar o bosque e aumentar seu vigor, mas também permitir que as comunidades locais se beneficiem de forma sustentável, como na produção de carvão com as devidas precauções. Enfatiza-se a importância de não exceder a capacidade de produção do bosque e manter um controle rigoroso da cadeia de suprimentos.
Por fim, González ressalta que fechar o bosque nem sempre é a solução, exceto em casos necessários para sua autossustentabilidade. Em vez disso, promove um manejo que evite a degradação do bosque mediterrâneo para arbustos, garantindo sua conservação e benefício para as gerações futuras.
A entrevista completa está disponível nas redes sociais e no canal do YouTube da Acoforag: