Projetam que geadas pressionem alta na demanda por pellet
- Em comparação com o ano passado, a demanda é menor, devido à compra antecipada e ao medo de que a escassez se repita. Hoje, haveria superprodução na Região, o que deve manter os preços por sacos de 15 kg.
Devido às geadas que têm afetado a região por várias semanas, há casos de produtores e vendedores em que a demanda por pellet aumentou entre 20% e 30% aproximadamente na Região, e projeta-se que, em geral, o produto continue sendo mais solicitado em um contexto de aumento nas tarifas elétricas.
Daniela Espinoza, seremi de Energía de Biobío, comentou sobre o mercado de pellet, afirmando que é um mercado saudável no sentido de que não há problemas de abastecimento ou falta de estoque. “Além disso, os dados nacionais, até maio de 2024, mostram que o estoque naquele mês quadruplicou em relação ao mesmo período do ano anterior e, ainda, a produção e os despachos aumentaram. Portanto, todas as condições estão dadas para que o pellet continue se posicionando como uma alternativa real para o aquecimento das casas no centro-sul do país”.
Vale mencionar que essa alternativa de aquecimento compete, por exemplo, com o uso de opções que consomem energia elétrica em um contexto de aumento das tarifas devido ao descongelamento das mesmas, e para o qual existe um subsídio cujo prazo de inscrição terminou no dia 14 deste mês.
Sobre as inscrições para o subsídio nas contas de eletricidade, a chefe da pasta de Energía na região detalhou: “As inscrições nacionais para o subsídio (elétrico) superaram 1.600.000 lares e, no âmbito regional, o número foi de 174.864. Esses resultados serão publicados na segunda quinzena de setembro, e esperamos que nos próximos períodos possamos triplicar os beneficiados, chegando a 4.700.000 lares, que é o compromisso do Governo. Em relação a essa inscrição, o benefício será refletido no mês de outubro”.
Associação de Biomassa
Antonio Minte, gerente geral da Associação Chilena de Biomassa, comentou que a região de Biobío é claramente “a mais importante na produção de pellet, com mais de 70% a 75% no âmbito nacional. Agora, isso tem mudado à medida que Maule, com projetos interessantes, e Araucanía têm ingressado no mercado”.
Segundo o gerente geral da Associação Chilena de Biomassa, hoje buscam que a indústria local de pellet tenha maior demanda e que o consumidor final tenha acesso a um combustível mais barato “tanto em relação à eletricidade quanto a qualquer outro energético, porque a biomassa quer se manter como o combustível mais acessível no Chile”.
Por sua vez, Minte afirmou que “em relação ao ano passado, vemos que há uma demanda um pouco menor, mas isso está muito influenciado porque 2023 foi um ano de resposta à crise de 2022 (escassez), o que significa que, talvez, muitos consumidores compraram mais do que precisavam, com medo de faltar, e essa compra também foi muito antecipada devido a uma recomendação feita porque as produções às vezes têm mais dificuldade no inverno. Foi sugerido que uma aquisição antecipada era boa, então, somou-se um medo adicional a uma compra antecipada também, e isso fez com que as vendas de 2023 tenham sido, aparentemente, um pouco maiores do que as que terminaremos em 2024”.
Outro ponto relevante para o executivo foi que “agora, o que está acontecendo é que todos sabemos que a eletricidade subirá bastante, na ordem de 60% ou mais, mas depois de janeiro do próximo ano, pela forma de cálculo, a tarifa continuará subindo, ou seja, não é algo que vai parar. Com isso, vemos que o pellet se torna o energético mais acessível para todas as pessoas”. Questionado sobre se o maior custo dos equipamentos frearia uma maior demanda por Pellets, ele disse que “de certa forma sim, mas quando se percebe que a economia será muito maior, sabe-se que, a curto prazo, o equipamento será pago com a diferença no custo da energia, já que vai cobrir o investimento inicial”.
Subsídio para aquecedores
Perguntado sobre a influência dos subsídios do Governo para a troca de aquecedores a lenha por modelos mais eficientes, como os a pellet, Antonio Minte explicou que “esse plano tinha como objetivo a descontaminação ambiental das cidades saturadas e ainda continua. Infelizmente, estava-se tentando incorporar mais equipamentos elétricos do que antes, mas hoje a eletricidade terá um problema com seus preços, então esperamos que o pellet volte a ter o nível de troca de anos anteriores, quando representava 75% da escolha dos usuários”.
Nesse sentido, Minte disse que é importante destacar que se trata de uma escolha, “porque não era que o estado indicasse o uso do pellet, mas sim que apresentava 4 a 5 tecnologias, e os usuários preferiram o pellet. Também sabemos que os problemas que enfrentamos com o pellet (escassez) levaram à perda de confiança, mas hoje podemos afirmar que temos mais que o dobro da capacidade de produção em relação a alguns anos atrás, e projetamos que haverá dois a três anos de crescimento sustentado da produção, para o qual a indústria já está preparada”.
Produtores e vendedores
Viviana Acevedo, gerente comercial da Indústria Nacional de Pellet (Innapel), afirmou que a percepção é que a demanda tem aumentado e projetam que continue subindo durante o inverno. “Principalmente por causa das geadas e do frio, os clientes estão comprando e antecipando o que virá em agosto, considerando principalmente o clima. Se compararmos os preços dos combustíveis usados no aquecimento, neste momento o pellet é o mais econômico do mercado”.
Atualmente, a empresa oferece vendas em seu site e compras diretas na rua Monseñor Alarcón #444, em Talcahuano, onde lançam ofertas “porque os clientes que compraram em dezembro já não têm mais pellet, devido ao excesso de frio (geadas) que afetou a região, consumindo aproximadamente 20% a 30% a mais do que em um ano normal, enquanto os preços têm se mantido praticamente iguais aos da baixa temporada”, indicou a gerente comercial da Inapel.
Oferta para idosos
“Nós, como empresa, sempre temos ofertas especiais para idosos porque sabemos que eles consomem mais pellets do que o normal. Então, temos preços com descontos para compras presenciais, o que mantemos durante todo o ano, mas hoje fizemos um esforço maior com um valor de $3.690 por saco de 15 kg, sem limite de quantidade, enquanto o preço normal é de $4.290. E, para o público em geral, considerando as geadas das últimas semanas, na filial de Talcahuano, o preço é de $3.790, que lançamos cerca de uma hora atrás (ontem)”, detalhou Viviana Acevedo.
Por sua vez, Hugo Pulgar, gerente de planta da Greenpellet, que além de comercializar também fabrica e tem escritórios centrais de vendas em Talcahuano, indicou que a demanda pelo produto este ano tem sido um pouco menor que no ano passado.
Sobre a projeção da demanda em um contexto de aumento das contas de eletricidade, ele contou que “os clientes que já adquiriram aquecedores anteriormente provavelmente continuarão usando pellet, enquanto o novo cliente, que está pensando em mudar para ar-condicionado ou pellet, preferirá o segundo, porque o consumo elétrico dos aquecedores a pellet é bastante baixo em comparação com o ar-condicionado”.
Pulgar também prevê que o preço do pellet pode sofrer variações, pois “muitos produtores de pellet usam motores elétricos na fabricação, mas, por outro lado, a oferta também aumentou devido ao surgimento de muitas marcas novas. Então, acredito que o preço ainda cairá até o próximo ano, quando se estabilizará mais, porque, certamente, algumas plantas não sobreviverão este ano”.
No caso da Greenpellet, eles vendem sacos de 15 kg no atacado e no varejo, cujos valores no varejo “começam em $3.900 na sala de vendas, e com entrega em domicílio (mínimo de duas sacas de 15 kg) a partir de $4.100. Para mais de 180 sacas, faz-se orçamento”, afirmou o gerente de planta.
Da Pellet Ecofuego, Stephanie, que é vendedora, expressou que, em sua percepção, a demanda tem sido baixa em relação ao ano passado e prevê que possa subir porque “o aquecimento elétrico ficará mais caro agora com o aumento das tarifas, enquanto o preço do pellet provavelmente se manterá baixo. Aqui (Maipú #1380, Concepción) vendemos o saco de 15 kg por $3.990 e também fazemos entregas em domicílio”, concluiu.
Fonte:diarioconcepcion.cl