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Indústria madeireira argentina em crise: alguns setores sofrem quedas de até 60%

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• Trata-se das pequenas e médias empresas. Em serrarias, a queda é de 20%. A carpintaria de obra afetada pela queda da construção. Alerta sobre desregulamentação de normas técnicas.

O atraso cambial e o ajuste que o governo nacional está realizando causaram um forte impacto negativo na indústria de móveis e serrarias, de acordo com um relatório da Federação Argentina da Indústria da Madeira (FAIMA).

“A indústria de transformação mecânica da madeira abrange uma ampla cadeia de setores, incluindo serrarias, fabricação de móveis, painéis, construção com madeira e carpintaria em obra”, explicou a entidade.

O relatório afirma que “atualmente, todos esses setores estão passando por uma marcada recessão”, embora a intensidade e a severidade variem entre eles.

No caso das serrarias, que representam a primeira etapa da transformação da madeira, o relatório diz que “tem mostrado quedas sustentadas em seu nível de atividade, com uma queda média na produção interanual de 20% em maio”. “Essas quedas são mais pronunciadas nas serrarias pequenas e médias, onde as reduções atingem 40%”, diz a entidade que reúne as empresas do país.

Adverte que “o setor de serrarias voltado para as exportações mostrou um comportamento promissor no início deste ano, mas não conseguiu se sustentar devido ao atraso cambial decorrente da estabilidade cambial e da inflação doméstica”.

“As quedas no nível de produção levaram a uma redução nos turnos de trabalho, diminuindo o nível de horas trabalhadas em 20%, com o consequente impacto nos salários recebidos pelos trabalhadores”, diz o relatório.

Indústria da madeira em crise: móveis
No segmento de fabricação de móveis, a FAIMA alerta que “o impacto da recessão nas empresas vinculadas à fabricação de móveis tem sido significativo, com uma diminuição da produção do setor de 37% interanual”.

“A queda da produção chega, em alguns casos, a 60%. Essas quedas afetaram não apenas o nível de utilização das plantas, mas também a quantidade de turnos trabalhados e, em alguns casos, o nível de emprego”, indicou a entidade.

O relatório aponta que “muitas dessas empresas estão localizadas em cidades do interior do país, onde são as principais geradoras de emprego local, o que destaca a importância de sua viabilidade produtiva para as economias regionais”.

Indústria da madeira em crise: painéis
Por outro lado, o relatório diz que “a indústria de painéis apresenta um comportamento recessivo”.

“Os painéis utilizados na indústria moveleira têm tido menor demanda (como insumo produtivo) devido à queda no nível de produção de móveis, o que impacta diretamente esse elo da cadeia industrial”, detalha o estudo.

Também se destaca que os painéis vinculados à construção (compensados) “têm experimentado uma diminuição em seu nível de atividade devido às quedas na indústria da construção, que sofreu uma redução de 22% interanual em junho”.

Indústria da madeira em crise: carpintaria de obra
Nesse sentido, a FAIMA detalha que a construção com madeira e a carpintaria em obra “apresentaram quedas médias de 30%, impulsionadas pela mencionada diminuição na atividade principal da construção”.

Segundo a câmara empresarial, “todos os setores compartilham o problema do aumento significativo nos custos produtivos, tanto pelo incremento nos insumos quanto pelo custo dos serviços públicos, que aumentaram em média 500%”.

“Esses aumentos têm sido difíceis de repassar aos preços no contexto recessivo atual, o que afetou gravemente a rentabilidade de toda a cadeia”, indica a FAIMA.

Diante disso, a entidade também alerta sobre a tendência desregulamentadora do governo nacional em matéria de comércio internacional.

“Preocupa profundamente a eliminação de normas técnicas, pois poderia permitir a entrada de produtos importados de qualidade inferior, que não cumpram as regulamentações necessárias para evitar acidentes potencialmente nocivos aos usuários”, advertiu a entidade.

Fonte:ambito.com