Notícias

Megaincêndio em Valparaíso: Comissão acusa "negligências graves" na Conaf

Sponsors

• Investigação parlamentar revela possíveis crimes e falta de coordenação na gestão do desastre florestal.

A comissão investigadora do devastador megaincêndio que atingiu Valparaíso concluiu que a Corporação Nacional Florestal (Conaf) cometeu "negligências graves e imperdoáveis" no manejo da crise. O deputado Tomás Lagomarsino, à frente da comissão, destacou uma série de erros críticos na resposta ao incêndio, incluindo a falta de monitoramento aéreo e o atraso na emissão de alertas. Essas falhas poderiam, segundo a comissão, configurar crimes em diversas áreas.

O relatório da comissão aponta uma série de deficiências no planejamento e na operacionalidade da Conaf durante o incêndio. Lagomarsino citou exemplos específicos, como a ausência de monitoramento aéreo após as 15h50 e a falta de atenção às indicações de um piloto que, às 15h35, já havia alertado sobre o rápido avanço do fogo em direção a Viña del Mar. Além disso, foi destacado que, embora tenha sido informado que o fogo estava a um quilômetro de Pompeya Sur às 17h40, os alertas SAE só foram emitidos às 18h36, um atraso crítico em uma situação de emergência.

A comissão também criticou a coordenação entre as autoridades, incluindo a Delegação Presidencial Regional e o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (SENAPRED). Lagomarsino enfatizou que a comissão não busca responsabilizar indivíduos, mas sim as autoridades envolvidas. No entanto, deixou aberta a possibilidade de incluir uma seção no relatório sobre a gestão da ministra porta-voz do Governo, Camila Vallejo, que atuou como elo na área afetada.

O deputado independente do Partido Radical destacou a "salada de ministros de Estado" que contribuiu para uma "descoordenação tremenda" nos dias posteriores ao incêndio. Apesar de reconhecer as boas intenções dos ministros envolvidos, Lagomarsino lamentou a falta de uma coordenação efetiva entre as instituições do Estado.

Este relatório evidencia a necessidade de uma revisão profunda nos protocolos de resposta a emergências e na estrutura das instituições responsáveis pela gestão de desastres naturais no Chile.