Luis Felipe Gazitua, presidente da Empresas CMPC: “Brasil valoriza o investimento privado como motor do desenvolvimento, com normas e regulamentações estáveis”
A Empresas CMPC reconhece um ambiente favorável para realizar investimentos no Brasil, país onde chegou em 2009 e já investiu mais de US$ 6 bilhões, destacando sua fábrica de celulose na cidade de Guaíba, no estado do Rio Grande do Sul. No país, a empresa também compete nos mercados de tissue (Softys) e biopackaging.
No caso do Chile, por outro lado, a papelera tem apontado condições adversas para os negócios da companhia e a expansão da indústria florestal em geral, devido a situações como incêndios, roubos, invasões e insegurança que afetam o setor. Essa visão, inclusive, gerou atritos com o governo.
O presidente da CMPC, Luis Felipe Gazitúa, destacou ontem as vantagens do Brasil para investimentos privados, durante o Fórum Empresarial Chile-Brasil, por ocasião da visita do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Gazitúa, na qualidade de presidente do capítulo chileno do Conselho Empresarial Chile-Brasil, falou em um evento no Hotel W, afirmando que “reconhecemos, com nossa experiência no Brasil, um país que valoriza o investimento privado como motor do desenvolvimento, com normas e regulamentações estáveis, não menos exigentes, mas suficientemente claras para oferecer garantias tanto às empresas quanto à sociedade em geral, além de proteção ao meio ambiente”.
Consciência sobre o papel privado
Questionado posteriormente sobre detalhes de seu discurso, Gazitúa aprofundou: “O que acontece é que o Brasil é o principal destino dos investimentos chilenos fora do nosso país, e nossa experiência como CMPC mostra que há uma valorização muito importante do papel que a indústria privada desempenha no desenvolvimento dos países e na melhoria da qualidade de vida das pessoas, e foi isso que destaquei hoje. Isso também vemos em outros países latino-americanos e está presente no Chile, sem dúvida”.
Ele acrescentou que “temos operações industriais em nove países e, em todos os lugares, inclusive no Chile, encontramos ambientes receptivos ao investimento. O que acontece é que há alguns lugares onde há maior consciência do papel da indústria privada. O Brasil é um país industrializado que substituiu importações por muitos anos e, portanto, tem clara consciência da importância da empresa privada”.
Plano milionário
No final de abril, a CMPC informou o início da avaliação de um plano de mais de US$ 4,5 bilhões para expandir a produção de celulose no Rio Grande do Sul, Brasil.
“Temos um cronograma relacionado aos trâmites no Brasil e estamos avançando nos prazos. Nossa estimativa é que as licenças estarão prontas em 2026 e, nesse momento, teremos concluído alguns estudos iniciais que permitirão levar o projeto para aprovação do conselho”, afirmou.
Sobre as enchentes em maio no Rio Grande do Sul, Luis Felipe Gazitúa indicou que “felizmente não tivemos problemas na fábrica (Guaíba), exceto no abastecimento de madeira”.
Fonte: Edição assinatura doEl Mercurio