Sponsors

komatsu Shovel Logger Banner 1
Comunidade da macrorregião sul espera que Comissão de Paz consiga abrir "um caminho" para solucionar crise

Comunidade da macrorregião sul espera que Comissão de Paz consiga abrir "um caminho" para solucionar crise

Sponsors

Salfa John deere

Cerca de 300 pessoas estão sentadas dentro da cúpula do Museu Nacional Ferroviário Pablo Neruda, localizado em Temuco, Região de La Araucanía. São políticos, acadêmicos, líderes da sociedade civil e empresários que se reuniram em um novo encontro 3xi, com foco nos conflitos da macrorregião sul.

"Quem aqui acha que, apesar das dificuldades, esta zona é um paraíso?", pergunta um orador no início do evento. E então, todos os presentes se levantam para iniciar a discussão de um dos poucos pontos que os une: quais acordos podem ser trabalhados na região.

"A esperança do entendimento" foi o nome dado ao encontro organizado pela fundação 3xi, em conjunto com sete universidades, entre elas a U. Católica de Temuco, Autônoma e a UFRO.

"Estamos muito felizes por ter conseguido esta ampla convocação, onde, através dos diálogos, demonstramos que estamos muito mais próximos do que imaginamos, que temos muito mais vontade e maturidade para encontrar soluções", afirmou Camilo Herrera, diretor executivo da 3xi.

"Momento chave"

Desde 2017, a fundação desenvolve essas instâncias de diálogo entre "pares improváveis", sendo o mais recente focado na crise hídrica e realizado em La Higuera, Região de Coquimbo.

No entanto, o evento realizado ontem ocorreu em um contexto crucial: no final do mês, a Comissão para a Paz e o Entendimento deverá entregar um documento ao Presidente Gabriel Boric com as propostas para abordar a crise na macrorregião sul, com a dificuldade de que qualquer acordo deve ser alcançado por unanimidade.

Isso tem complicado o trabalho e a possibilidade de chegar a medidas concretas. Sebastián Naveillán, presidente da Associação de Agricultores Malleco e membro da comissão, diz que "em 31 de janeiro, sem dúvida, temos que cumprir as metas, os prazos, mas vejo como complexo chegar a um acordo nesse dia, dadas as complexidades do tema".

A essa contagem regressiva somam-se diversos ataques na macrorregião sul no ano até agora, incluindo dois registrados esta semana, que deixaram até uma carabineira ferida.

Carolina Tohá, ministra do Interior, destacou durante a abertura do evento que este é "uma contribuição para este momento chave em que a comissão está concluindo seu acordo".

Nesse sentido, a secretária de Estado afirmou que "esperamos que a sociedade se comprometa com esse acordo, porque, para que ele seja cumprido, não bastará que o Presidente Boric o assine. Será necessário que os próximos governos, que os próximos prefeitos e prefeitas, líderes e lideranças mapuches, que o mundo empresarial, sejamos todos fiéis a essa rota que a comissão vai traçar".

As expectativas

Um caminho que gera expectativas. Rosa Catrileo, ex-constituinte mapuche e advogada, valorizou o encontro como uma instância "positiva e necessária" e afirmou que "estamos todos na expectativa dos resultados das propostas que a comissão vai apresentar, esperando que o que saia seja uma possibilidade de começar a construir um caminho de soluções".

Catrileo mencionou que no evento se observou "a disposição para fazer propostas que possam ser realizadas, mas que também cumpram certos padrões mínimos".

Ruth Hurtado, secretária-geral do Partido Republicano e também presente no local, destacou que a comissão deve "avançar na reconciliação e deixar o ressentimento para trás. Sem dúvida, é um passo importante, mas seria ingênuo pensar que é uma solução definitiva".

Enquanto isso, o porta-voz mapuche Pascual Pichun afirmou que "esta comissão não vai resolver definitivamente o conflito, mas talvez abrirá uma porta para caminhar rumo a uma solução".

Embora o conteúdo final da proposta da comissão ainda seja desconhecido, Alfredo Moreno, copresidente da instância e que também estava em Temuco ontem, comentou sobre a proposta que "esperamos conseguir os consensos; acordamos fazer algo por unanimidade, o que torna tudo muito mais difícil, mas também muito mais valioso para quem o receber, porque terá mais chances de ser colocado em prática".

"Estamos trabalhando vários dias por semana, muitas horas, para chegar a esse consenso final, e esperamos tê-lo em breve", garantiu o ex-ministro do Desenvolvimento Social.

Nesse sentido, ele destacou que no encontro, composto por diferentes mesas de diálogo e análise, viu-se "uma tremenda disposição para buscar uma solução, para sair um pouco das posições tradicionais e entender a realidade e os problemas dos outros grupos".

Diferentes experiências

Daniel Mas, vice-presidente da Confederação da Produção e do Comércio (CPC), enfatizou a importância do encontro, pois "o contexto todos conhecemos. Por isso, esta reunião é tão oportuna (...). Conhecemos diferentes experiências e saímos muito esperançosos".

Na mesma linha, a gerente-geral da CPC, Macarena Letelier, destacou "o valor de reunir pessoas que talvez não se encontrariam em outros termos".

"Acredito que a comissão nomeada pelo Presidente, e que conta com diferentes atores em sua composição, tem essa responsabilidade, mas a primeira responsabilidade é sentar-se para conversar", afirmou.

Além disso, ressaltou que "os resultados sempre serão incertos no final, em uma negociação ou em mesas de diálogo. Acredito que a coragem está em sentar-se para conversar de maneira honesta e com princípio de realidade".

"Foi um diálogo franco, duro em momentos, que também permite conhecer diferentes perspectivas, buscar quadros de entendimento, expressar posições próprias e gerar pontes", detalhou o deputado Juan Antonio Coloma (UDI).

Ele acrescentou que "quando se fala com as pessoas do mundo mapuche que estavam (ontem), o primeiro comentário de todas era que o Estado tem sido incapaz de mostrar respostas concretas em coisas básicas. Nem estamos falando de restituição de terras, falamos do tratamento".

Fonte:El Mercurio

Sponsors

Banner Ponse H
Publicação anteriorIncêndio florestal destrói maquinário em La Costa: Ministério Público e PDI investigam as causas
Próxima publicaçãoControladoria: Conaf "não comunicou ao Senapred as informações necessárias para que este declarasse o alerta à população"
Comentarios (0)
Ainda não há comentários.
Deixe um comentário
captcha