Marcos na "zona vermelha": mil dias de estado de exceção, plano de paz e casos emblemáticos
Uma série de marcos, cuja relevância também se deve ao seu impacto em nível nacional, marcará a agenda da macrorregião sul nas próximas semanas e meses. Nessa lista estão incluídos os mil dias de vigência que, em 10 de fevereiro, completará o estado de exceção de zona de emergência, em vigor desde 17 de maio de 2022 na região de La Araucanía e nas províncias de Arauco e Biobío.
Além disso, no final de janeiro, será entregue o relatório final com as propostas para abordar a crise da macrorregião sul, preparado pela Comissão de Paz e Entendimento.
Ademais, quatro casos por atos emblemáticos de violência estão em diferentes fases processuais. A investigação contra 17 membros da comunidade pelo sequestro de três agentes penitenciários da prisão de Angol, ...
Enquanto isso, o processo pelos oito crimes que Pelentaro Llaitul, um dos quatro filhos do líder da Coordenadora Arauco Malleco, Héctor Llaitul, teria cometido em novembro de 2022, iniciará a preparação para o julgamento oral em 7 de fevereiro. O acusado enfrenta penas que podem ultrapassar 70 anos de prisão.
Paralelamente, o caso do ataque à família Grollmus, em agosto de 2022, já tem 12 detidos, e o Ministério Público apresentará a acusação nos próximos meses para levá-los a julgamento. Da mesma forma, avançam as investigações pelo homicídio de três policiais em Cañete, ocorrido em 27 de abril de 2024, com a detenção de três dos quatro supostos participantes da emboscada mortal.
Manter o estado de exceção
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Eric Aedo, concorda que esses são os principais marcos do primeiro semestre do ano. Quanto ao estado de exceção, ele considera que, apesar do longo tempo de aplicação, "ele deve continuar e não deve ser reduzido, pois é o que tem permitido diminuir os níveis de violência".
Segundo o parlamentar, "só se poderia avaliar a continuidade dessa medida quando a Resistência Mapuche Lafkenche e a Coordenadora Arauco Malleco forem desarticuladas", e alerta que "embora apresentem menor intensidade, continuam operando e provocando atentados, associados ao roubo de madeira e ao tráfico de drogas, e enquanto isso não estiver controlado, não se pode suspender a zona de emergência".
Nessa direção, o presidente da Multigremial de La Araucanía, Patricio Santibáñez, argumenta que "as condições que levaram à implementação do estado de exceção permanecem, e o lógico é que ele dure até que os atentados sejam reduzidos a zero".
O ex-subsecretário do Interior e pesquisador do Centro de Estudos contra o Crime Organizado da U. San Sebastián, Felipe Harboe, considera que "chegou a hora de avaliar o plano operacional, reforçar o positivo e inovar naquilo que não trouxe os resultados esperados".
"Renunciar a maximalismos"
Sobre o trabalho da Comissão de Paz, na opinião de Aedo, "se as propostas seguirem a lógica do acordo previdenciário, e cada setor renunciar aos maximalismos, há muitas chances de alcançar soluções".
Harboe acrescenta que o relatório dessa instância "vai gerar um impacto, e esperamos que os acordos se traduzam em medidas concretas".
Além de obter condenações nos casos judiciais emblemáticos, Santibáñez afirma que "é muito necessário aplicar sanções em todos os atos de violência, mesmo os menores, para que não haja impunidade".
Enquanto Harboe complementa que "um sinal muito importante é que os casos em andamento avancem e resultem em condenações rápidas".
Fonte:El Mercurio