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“É fundamental abordar o abastecimento e o reflorestamento”

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Ainda está pendente a implementação de uma política de incentivo à florestação, afirmou Lorena Vargas Reyes, gerente geral da Guivar Transforma, empresa madeireira de Trehuaco, e vice-presidente da Pymemad Biobío-Ñuble, associação que representa as PMEs do setor florestal.

Em entrevista à Rádio La Discusión, ela enfatizou que a realidade das pequenas e médias empresas madeireiras é muito diferente da das grandes empresas e afirmou que um dos grandes desafios que enfrentam é o abastecimento de matéria-prima, onde as grandes empresas são as principais controladoras do patrimônio florestal e, além disso, compram toras de pequenos e médios proprietários de plantações, reduzindo as opções de abastecimento das PMEs.

“Nos últimos anos, tornou-se mais complexo, porque após os incêndios florestais, nem todos os pequenos e médios proprietários, que são uma fonte importante de abastecimento para nós, tinham recursos para reflorestar. Portanto, hoje não se está reflorestando no ritmo que o mercado exige, e os principais fornecedores das PMEs são os mais afetados. Algumas empresas estão trabalhando com a Pymemad, mas outras grandes empresas declaram abertamente não ter abastecimento disponível para as PMEs”, explicou a líder, que lamentou que “um dos grandes problemas da nossa indústria é que ela está altamente concentrada”.

Sobre a relação com as grandes empresas, Vargas refletiu que “parte da sustentabilidade desse ambiente é a convivência saudável. É algo em que precisamos trabalhar. As PMEs agregam muito valor, desenvolvimento territorial, estamos em zonas como Trehuaco ou Coelemu, estamos superconectados com as comunidades; é preciso entender o valor desse tipo de empresa, as empresas que mais geram emprego em proporção ao tamanho são as PMEs madeireiras”.

O panorama está cada vez mais complexo para as PMEs do setor, alertou a empresária. “Muitas PMEs não têm capital ou estratégia para se abastecer com antecedência, por exemplo, porque não podem, e porque, além disso, o mercado futuro tem estado muito complexo pós-pandemia. O mercado externo e o nacional, que está superconectado com a construção, tem sido muito complexo; na verdade, ainda não vemos em toda a sua magnitude os grandes problemas de abastecimento, que já estão começando a aparecer. Há empresas que tiveram que parar temporariamente, reduzir turnos. Muitas empresas fecharam por falta de abastecimento e problemas de vendas”, revelou.

Reflorestamento

Embora existam alguns exemplos de PMEs com patrimônio florestal próprio, como o caso da Guivar, essa realidade não representa a maioria, por isso, segundo Vargas, são necessários incentivos à florestação e reflorestamento.

Nesse sentido, diante do desafio de convencer as autoridades sobre a necessidade de incentivos à florestação para pequenos e médios proprietários, ela reafirmou que é fundamental valorizar a contribuição das PMEs madeireiras para o desenvolvimento sustentável, tanto ambiental quanto social.

Questionada sobre a viabilidade política de uma iniciativa nessa área, ela comentou: “Não sei se algo acontecerá durante este governo, são processos longos, sei que o ministro da Agricultura tem conversado com nossos presidentes nacionais e em mesas de trabalho, mas ainda não vejo grandes avanços; fala-se muito, por exemplo, em construção sustentável, construção em madeira, habitação industrializada, mas pouco se fala sobre como vamos abastecer as PMEs que têm que fornecer esse produto”.

Vargas reconheceu a resistência de alguns setores políticos em promover ou aprovar um subsídio florestal, já que por muito tempo o DL 701 beneficiou grandes empresas florestais e hoje não se quer repetir isso, mas também devido a certos estigmas e mitos que pesam sobre o setor, por exemplo, em questões ambientais.

“Acredito que, como setor, temos tarefas. Parte dos desafios das PMEs é reconquistar a comunidade; na medida em que isso aconteça, provavelmente não será um problema para um político aprovar uma lei que beneficie o setor”, afirmou.

Projeções

No contexto atual, sem uma política de incentivo florestal, a líder do setor afirmou que “o caminho é a associatividade, porque nem todos podem se integrar para trás na cadeia de valor (ter florestas), é muito caro, muito complexo, não sei se há financiamento, especialmente em um momento complexo do mercado”.

Além disso, ela destacou que “agregar valor também é fundamental, assim como a modernização de nossas empresas. Acredito que contar com apoio em temas de modernização, para aproveitar ao máximo a fibra e agregar valor; na medida em que possamos fazer um mix mais amplo de produtos”.

Nesse sentido, a Guivar é um exemplo, pois agrega valor à produção, comercializa madeiras processadas no mercado nacional e externo, aproveita a biomassa completa e produz pellets, possui florestas próprias e tem parcerias com proprietários e outras PMEs.

No entanto, ela ressaltou que o mais relevante para o setor é o abastecimento de matéria-prima. “Eu insisto: há um problema de longo prazo aqui, é fundamental a questão do abastecimento, é fundamental o reflorestamento, não apenas para as PMEs madeireiras, mas para a sustentabilidade, para a neutralidade de carbono”.

Fonte:La Discusión

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