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Fortalecer a vinculação: o desafio da Faculdade de Ciências Florestais da UdeC

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No âmbito do programa Conversando com a Acoforag, o decano da Faculdade de Ciências Florestais da Universidade de Concepción, Eugenio Sanfuentes, abordou os desafios atuais do setor florestal e a necessidade de uma maior vinculação entre a academia, a indústria e as instituições públicas.

Sanfuentes reconheceu que, embora exista certa conexão entre a ciência florestal, a engenharia florestal e os recursos naturais, ainda persiste uma lacuna de confiança entre a universidade e o setor produtivo. “Houve desconfiança por ambas as partes, tanto da indústria em relação à universidade quanto vice-versa. É necessário melhorar essa relação”, enfatizou.

Um conselho consultivo para maior conexão

O mestre e doutor em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa, Brasil, destacou a importância de criar um Conselho Consultivo que reúna profissionais do setor florestal, da conservação e da biotecnologia para orientar a formação acadêmica e a pesquisa para as verdadeiras necessidades do mercado. "Muitas vezes achamos que estamos formando o melhor profissional, mas precisamos do feedback do setor para garantir que nossos egressos sejam uma contribuição real", explicou.

Nesse sentido, ressaltou que a participação externa na definição dos programas de graduação e pós-graduação é fundamental. “Em outros países, os mestrados e doutorados não são apenas para a academia, mas se integram à indústria e ao setor público, gerando inovação nos processos produtivos”, afirmou.

Desafios da Faculdade e da Indústria

Atualmente, a Faculdade de Ciências Florestais da UdeC conta com três cursos de graduação:

📌 Engenharia Florestal (o mais antigo)

📌 Engenharia em Biotecnologia Vegetal (criada em 2006)

📌 Engenharia em Conservação de Recursos Naturais (criada em 2010)

Além disso, desde 1997, possui programas de mestrado e doutorado em Ciências Florestais, com uma matrícula de cerca de 50 estudantes de pós-graduação e 500 estudantes de graduação.

Um dos desafios atuais é o déficit na captação de novos estudantes, o que levou a faculdade a reforçar suas estratégias de divulgação. “Sabemos que outras universidades investem fortemente em campanhas de promoção, por isso precisamos ser mais agressivos em nossa estratégia para atrair talentos”, reconheceu Sanfuentes.

Maior vinculação com o meio

Para enfrentar esses desafios, a faculdade aprovou recentemente um Plano Estratégico de cinco anos, no qual prioriza a vinculação com o meio. Sanfuentes destacou que a universidade deve estar mais presente no âmbito regional, nacional e até internacional, fortalecendo a relação com empresas, instituições públicas, organizações sociais e comunidades.

“A universidade não deve apenas gerar estudos científicos, mas também transferir esse conhecimento para o setor produtivo e para a sociedade em geral”, afirmou. Nesse sentido, enfatizou a importância de participar em espaços de diálogo, como a Semana da Madeira, e promover instâncias de discussão e análise que permitam integrar a pesquisa com a realidade do setor.

Um Chamado à Colaboração

O decano fez um apelo para fortalecer a relação entre o setor acadêmico e o industrial. "Não podemos continuar funcionando de forma isolada; a universidade tem uma responsabilidade com o desenvolvimento do setor florestal e dos recursos naturais", concluiu.

O desafio está sobre a mesa: alcançar uma maior conexão entre a academia, a indústria e as instituições públicas para garantir um desenvolvimento florestal sustentável e inovador.

A entrevista completa está no canal do YouTube da Acoforag