Tribunal absolve 17 comuneros acusados de sequestro de policiais penitenciários em motim na prisão de Angol
Nesta quarta-feira, o Tribunal Oral Criminal de Angol emitiu um veredito de absolvição para os detentos do módulo mapuche do Centro de Detenção Preventiva (CDP) da cidade, acusados de sequestrar por algumas horas três policiais penitenciários.
Os comuneros realizaram um motim dentro da prisão em 7 de maio de 2023, dia em que as visitas dominicais foram suspensas devido às eleições do Conselho Constitucional. Paralelamente, seus familiares protestaram do lado de fora do presídio.
Os acusados foram imputados pelo crime de sequestro qualificado, no entanto, os magistrados Francisco Boero Villagrán, Karina Rubio Solís e Solange Sufán Arias decidiram por unanimidade pela sua absolvição.
Os comuneros absolvidos são Juan Cortés, Ismael Fritz, Simón Huenchullán, Joaquín Huenchullán, Sergio Huentecol, Alejandro Liguén, Fabián Llanca, Boris Llanca, Hanthu Llanca, Freddy Marileo, Joaquín Millanao, Pedro Palacios, Máximo Queipul, Juan Queipul, Anthoni Torres, Miguel Torres e Jorge Palacios. Enquanto isso, Sergio Huentecol foi o único condenado no caso devido ao "maltrato físico a um policial penitenciário em exercício de suas funções". Juan Queipul também havia sido acusado por esse crime, mas, por decisão dos juízes, foi absolvido.
As investigações do caso ficaram a cargo do Ministério Público de Alta Complexidade da Araucanía. Nesse contexto, foram realizadas buscas no presídio, onde foram encontrados itens proibidos, como armas brancas e bebidas artesanais. Sobre isso, o promotor responsável pelo caso, Carlos Cornejo, afirmou que o Ministério Público avaliará os próximos passos. "Não concordamos com a decisão de absolvição do tribunal, com base em uma série de antecedentes apresentados durante o julgamento, incluindo provas diretas como gravações que mostram claramente os momentos em que o crime estava sendo cometido", disse Cornejo.
"Aguardaremos a leitura da sentença, marcada para 7 de fevereiro, e, com todos os antecedentes, avaliaremos a apresentação de um recurso", acrescentou o promotor. O advogado de um dos policiais penitenciários, Oscar Ulloa, também expressou insatisfação com a decisão do tribunal.
Nesse sentido, ele declarou: "Vamos aguardar a sentença, analisá-la, porque acreditamos que esta não é uma boa mensagem nem para os policiais penitenciários nem para a sociedade em geral. Ou seja, esses indivíduos, apenas por pertencerem à etnia mapuche, no Chile hoje e nas prisões do país, podem fazer o que bem entenderem".
Fonte:Emol.com