Província de Biobío lidera ocorrência de incêndios florestais
A temporada de incêndios florestais na região de Biobío registrou um aumento preocupante na ocorrência de sinistros, especialmente na província de Biobío, que lidera as estatísticas regionais com 245 incêndios até o momento.
A informação foi divulgada por Esteban Krause, diretor regional da Corporação Nacional Florestal (Conaf) em Biobío, que também destacou como aspecto positivo uma redução na área afetada em comparação com a temporada anterior.
Krause apresentou uma visão detalhada sobre a temporada de incêndios florestais na região. "Registramos 598 incêndios, o que representa uma queda de 14% em relação à mesma data do ano passado, quando tivemos 697 incêndios. No entanto, a província de Biobío é a que tem o maior número de incêndios, com 245 nesta temporada", comentou.
Apesar desse aumento na ocorrência de incêndios, a área afetada diminuiu significativamente em comparação com o ano anterior. "Aumentamos o número de incêndios, mas reduzimos a área afetada. Neste período de 2024–2025, na região, foram consumidas 1.080 hectares de pinheiros, eucaliptos, arbustos e pastagens, enquanto no ano passado, nesta mesma data, haviam 2.942 hectares queimados", detalhou Krause.
No entanto, a principal preocupação continua sendo a alta frequência de incêndios na província. "Nos preocupa muito a questão da ocorrência, porque aumentou na província de Biobío, e cada incêndio pode se transformar em uma tragédia que cause mortes, destrua o meio ambiente e, claro, afete a economia de quem vive em áreas rurais", alertou.
PADRÕES DE OCORRÊNCIA E MEDIDAS DE PREVENÇÃO
O representante também analisou as comunas mais afetadas por incêndios na província de Biobío. "Em relação à ocorrência nesta temporada, as comunas com maior índice de incêndios são Los Ángeles, Mulchén e, bem abaixo, Santa Bárbara", explicou.
Além disso, ele destacou que os dias com maior incidência são os fins de semana. "Sábados e domingos são os mais críticos, mas o restante da semana também registra um número significativo de incêndios. Por exemplo, às sextas-feiras há 37 incêndios, às quintas-feiras 32, e no sábado chega a 41, enquanto no domingo a 43", disse, apresentando uma média semanal da ocorrência desses sinistros.
Por outro lado, a prevenção continua sendo o eixo fundamental para reduzir a ocorrência de incêndios florestais, e a Conaf tem intensificado os esforços nessa área.
"Para nós, a prevenção é algo básico, é fundamental para reduzir a ocorrência de incêndios. Estamos falando de um trabalho educativo, de criar condições no setor rural para evitar que incêndios ocorram ou se propaguem", afirmou Krause.
Entre as medidas preventivas, destacou a construção de corta-fogos e os cuidados na realização de atividades que geram calor, como carpintaria, soldas ou colheitas. "É um trabalho a médio ou longo prazo, não podemos esperar resultados da noite para o dia. Trata-se de mudar usos e costumes que estão enraizados em nossos vizinhos", acrescentou.
BOTÃO VERMELHO E ACOMPANHAMENTO LEGAL
Uma ferramenta importante na estratégia de prevenção tem sido o uso do "Botão vermelho", um sistema de alerta precoce que ativa patrulhas e reforça medidas preventivas em comunas com alto risco de incêndios.
"O botão vermelho é um estado de alerta em que as prefeituras, os Carabineiros e outras instituições podem realizar patrulhas e fortalecer a prevenção, informando aos vizinhos que devem estar mais atentos e extremar as precauções", explicou Krause.
No entanto, o impacto concreto desse sistema ainda está em avaliação. "É difícil afirmar com certeza se houve uma mudança significativa com o uso do botão vermelho. Estamos na fase de avaliação e será necessário ter mais dados para fazer comparações com temporadas anteriores", reconheceu.
O representante destacou a importância de reforçar as investigações sobre as causas dos incêndios, a fim de identificar possíveis atos intencionais ou negligências que possam ser punidos.
"Foi feito um esforço importante para equipar tanto a Polícia de Investigações, os Carabineiros, as promotorias, a Conaf e empresas privadas com equipes de investigação de causas de incêndios florestais. Assim, caso se determine que um incêndio foi intencional, existam as provas necessárias para que os responsáveis sejam condenados", concluiu.
Fonte:La Tribuna