Ñuble e Aysén lideram condições para implementar Lei de Biocombustíveis Sólidos

Ñuble e Aysén lideram condições para implementar Lei de Biocombustíveis Sólidos

As regiões de Ñuble e Aysén, juntamente com a província de Osorno, destacam-se como os territórios mais aptos para implementar a Lei de Biocombustíveis Sólidos (Lei BS), de acordo com um estudo elaborado pelo Observatório Bosque, Energia e Sociedade (BES) do Instituto Florestal (INFOR), no âmbito do projeto "Apoio para uma Transição Energética Justa, Limpa e Sustentável no Chile" do Ministério da Energia.

A pesquisa —baseada em 800 entrevistas com produtores e comerciantes de lenha— buscou caracterizar o mercado nessas regiões, identificando lacunas e oportunidades que permitam aplicar com sucesso a nova regulamentação.

"Estes resultados contribuirão para uma melhor implementação da Lei de Biocombustíveis Sólidos, especialmente na priorização e focalização de medidas como as atividades de fiscalização. Também serão fundamentais para fortalecer o programa de modernização do mercado da lenha impulsionado pelos ministérios da Energia e Agricultura. O Ministério do Meio Ambiente poderá, além disso, utilizar esta informação para otimizar os planos de descontaminação atmosférica vigentes no país", explicou Rafael Sanhueza, pesquisador do INFOR.

Desafios no sul do país

O relatório também adverte que regiões como La Araucanía e Los Ríos enfrentam maiores dificuldades para a formalização do mercado, devido à alta fragmentação de produtores, a prevalência do comércio informal e a complexidade de garantir a origem legal da lenha.

"Em Los Ríos, por exemplo, evidencia-se uma falta de infraestrutura para a secagem e armazenamento de lenha durante o inverno, o que é crítico em cidades como Valdivia, onde as chuvas são constantes. Nesta região, assim como em Los Lagos, o Estado deveria apoiar os comerciantes na construção ou cobertura de centros de armazenamento, o que permitiria aumentar a oferta de lenha seca. Outro desafio relevante no sul é a rastreabilidade, dado que o corte ilegal e o roubo de madeira continuam sendo problemáticos", afirmou o Dr. René Reyes, pesquisador do INFOR.

Produção local e transição energética

O estudo confirma que a produção e comercialização de lenha no Chile tem um caráter marcadamente local, influenciado por fatores como a distribuição da terra, a disponibilidade de recursos florestais e as condições socioeconômicas de cada território.

Estes achados reforçam a necessidade de desenhar estratégias diferenciadas por região, com o objetivo de avançar rumo a um mercado da lenha mais formal, eficiente e sustentável.

"A transição energética justa não requer apenas novas fontes de energia, mas também modernizar o mercado dos biocombustíveis sólidos. Este estudo aporta evidências concretas para apoiar produtores e comerciantes, mas também as autoridades, no desafio de compatibilizar a tradição do uso da lenha com a urgência de um consumo mais limpo e responsável", concluiu Sanhueza.

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