Ministério Público confirma uso de armas de guerra em ataque em Ercilla

Ministério Público confirma uso de armas de guerra em ataque em Ercilla

O Ministério Público de La Araucanía confirmou que no ataque incendiário ocorrido na noite de domingo na comuna de Ercilla —na Ruta 5 Sul, na altura do quilômetro 586— foram utilizadas armas de guerra. O fato deixou duas pessoas feridas e uma caminhonete completamente destruída pelas chamas.

Uma das vítimas, uma mulher de 67 anos, permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após ter recebido dois impactos balísticos enquanto transitava pela estrada. O veículo no qual viajava —que ficou com perfurações no para-brisa e portas— cruzou com uma linha de fogo na qual pelo menos oito pessoas efetuavam disparos.

Desde o estabelecimento de saúde informou-se que a vítima foi submetida à cirurgia e que foram extraídos dois projéteis, os quais foram entregues às autoridades para o respectivo peritamento.

"Foram usados fuzis de guerra"

O promotor regional de La Araucanía, Roberto Garrido, detalhou a magnitude do ataque e o tipo de armamento empregado. "Conseguiu-se determinar o uso de diferentes tipos de armas: pistolas de 9 milímetros, espingardas calibre 12 e, o mais grave, armamento de guerra de calibre 5.56 e 7.62. Este tipo de projéteis requer fuzis e uma preparação para seu uso. São muito mais letais que as armas convencionais e podem causar lesões graves mesmo a longa distância", explicou o promotor.

Garrido acrescentou que este tipo de evidência não é nova na zona e que foram detectados projéteis similares em outros ataques recentes. "Já estamos realizando as diligências para identificar os participantes. Esperamos resultados o mais breve possível", afirmou.

Ataque com selo de violência extrema

Segundo a informação policial, os atacantes deslocavam-se numa caminhonete com registro por roubo e interceptaram veículos que transitavam pela via, abrindo fogo sem provocação. Após o ataque, incendiaram seu próprio veículo e fugiram em direção desconhecida.

O fato provocou a suspensão temporária do trânsito em ambos os sentidos da Ruta 5.

O secretário regional ministerial de Segurança Pública, Israel Campusano, reconheceu que o sucesso evidencia o alto poder de fogo e a radicalização das organizações que operam na zona. "Havia medidas preventivas, mas não são suficientes. Estamos frente a grupos mais radicalizados, com maior capacidade de fogo. Devemos adaptar nossas estratégias à evolução do crime", advertiu.

Sem grupo reivindicado

No local foi encontrado um lenço com palavras de ordem e nomes de pessoas privadas de liberdade por crimes violentos. No entanto, o promotor Garrido precisou que não corresponde a um grupo específico, mas a uma mistura de mensagens vinculadas a diferentes organizações criminosas.

"Não há identificação clara. Misturam-se nomes de condenados por roubo com intimidação, ataques à autoridade e homicídios, numa lógica própria de organizações criminosas", assinalou.

A zona permanece sob Estado de Exceção, com despliegue militar e policial, embora os recentes ataques reflitam que a violência na Macrozona Sul continua sem dar trégua.



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