Incêndios Florestais: Biobío contará com 518 quilômetros de corta-fogos e limpeza viária
Com a chegada da primavera, aproximam-se as épocas de aumento de temperaturas e diversas instituições preparam estratégias para enfrentar a próxima temporada de incêndios florestais. Nesse contexto, na Região do Biobío, o Ministério de Obras Públicas (MOP) ativou o plano preventivo, que considera 518 quilômetros de limpeza de faixas e corta-fogos ao longo da rede viária da zona.
Hugo Cautivo, seremi de Obras Públicas, explicou que dentro da estratégia busca-se fortalecer a coordenação com o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) e a Corporação Nacional Florestal (Conaf).
Além disso, detalhou que aumentaram os espaços de amortecimento para prevenir sinistros. "Nos últimos anos superamos mais de mil quilômetros de trabalhos preventivos, priorizando zonas críticas como a Rota da Madeira, onde também foram executadas obras de contenção e remoção de árvores em risco de queda", explicou Cautivo.
Risco urbano florestal
O acadêmico da Universidade de Concepción, Dr. Francisco de la Barrera, do Departamento de Planejamento Territorial e Sistemas Urbanos, ressalta o perigoso dos setores de interface urbano florestal pela força do combustível acumulado e indicou que "isso tem risco associado aos incêndios porque um que provenha da área florestal será um que terá muita energia".
O acadêmico enfatiza que Concepción tem uma extensa zona de contato, já que algumas dessas plantações são ativas e têm uma gestão florestal permanente. Além disso, há outras que estão abandonadas. Igualmente, há espaços dentro da superfície metropolitana que "sempre requerem atenção e gestão", acrescentou de la Barrera.
Vizinhos organizados
Nos setores que colidam com florestais, há diferentes experiências de preparação para a época de incêndios.
Em Chaimávida, a presidente da Junta de vizinhos, Yesenia Reyes, pontuou que, graças à boa relação e iniciativas próprias que têm com as entidades envolvidas, há corta-fogos presentes. Igualmente, naquela zona, segundo detalhou a dirigente vecinal, contam com uma brigada rural e tratam de manter limpo o setor.
Zonas de interface no Grande Concepción
Em Nonguén, os vizinhos estão preocupados com a proximidade do cerro, já que em anos passados os incêndios florestais estiveram perto das moradias.
Diferentemente de outros trechos, contam com um documento como guia para a evacuação no qual se estabelecem os pontos prioritários para o cuidado.
De fato, a Municipalidade de Concepción já realizou as gestões para averiguar os pontos mais críticos, como é a subida El Peumo. Assim o afirma Fabián Vega, presidente da junta de vizinhos de Valle Nonguén.
Zonas de contato mais complexas
Em contraste, em Valle La Piedra Chiguayante, a prevenção é algo que tem a comunidade à espera, assim o afirma María Contreras, presidente da junta de vizinhos do setor San Marcos, que afirmou que "não somos vizinhos dos florestais (...) não temos alguém que nos ajude a limpar e não temos quem se faça responsável".
Além disso, Contreras acrescentou que a maioria dos proprietários são idosos, o que torna mais difícil a tarefa de limpar, pois requer contratar mão de obra.
O trecho é complexo, já que implica gerir diversas entidades, pois os terrenos mais críticos colidam com privados ou setores municipais. Contreras exemplifica que "um particular teve que pagar $180 mil para que lhe desimpedissem o cerro (...) o cerro não é dele, é do município e ele o pagou para que não se queimasse sua casa".
Plano em marcha
Desde a Municipalidade de Chiguayante, Sixto Bustamante, encarregado de Emergências da Direção de Segurança Pública, assegurou que "os trabalhos de corta-fogos iniciarão no final de outubro por parte do município naqueles pontos em que possui a administração dos terrenos, enquanto Arauco o realiza na zona de interface de seus terrenos".
Por sua vez, o encarregado de emergências do município acrescentou que as patrulhas preventivas começarão durante novembro.
Fonte:Jornal Concepción
